OBSERVAÇÃO: este plano, elaborado pela 3.ª Conferência Municipal de Cultura e aprovado pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais, ainda não foi aprovado pelo Executivo e nem pelo Legislativo Municipal, mas serve de base para as ações culturais do município de Araçatuba. Hélio Consolaro, presidente do CMPCA
Araçatuba, agosto de 2011.
Prefeito municipal: Cido Sério
Secretário Municipal de Cultura: Hélio Consolaro
Presidente do CMPCA: Henry Mascarós
Pesquisa e montagem de texto: Maria Salomé Rodrigues Macedo (Salomé Macedo)
Levantamento
de dados da SMC: Alexandre
Melinsky
Texto base: Conselho Municipal de Políticas
Culturais de Araçatuba - CMPCA
Relatora: Maria Salomé Rodrigues Macedo
(Salomé Macedo)
Revisão de
conteúdo: Conselho
Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba –
CMPCA e Secretaria Municipal da Cultura
Revisão de
texto: Cecília Maria
Vidigal Ferreira e Maria Salomé Rodrigues Macedo
Diretoria
do CMPCA: Henry
Mascarós (presidente), Fernando Luís de Faria Itavo
(vice-presidente), Mauro Garcia Carvalho Rico (1º secretário),
Maria Salomé
Rodrigues Macedo (2ª secretária)
Membros do
CMPCA
Alexandre Melinsky
Aline Lopes Peres
Ana Eliza Antunes de Souza
André Luís Bernardes Gonçales
Ângelo Cardoso
Bernadete Rodrigues Inácio
Cacilda Ferreira Assunção Soares
Carmen Silva de Oliveira Santana
Casteletto
Cecília Maria Vidigal Ferreira
Daniel de Souza Corrêa Jr.
Diego Sônego Souza
Douglas Augusto Oliveira
Eliana Maria Simoncelli Lalucci
Euclides Garcia Paes de Almeida
Fernanda Carla Santos Russo
Fernando Luís de Faria Itavo
Graziela Nunes
Hélio Consolaro
Henry Mascarós
Ivana Nobre Módena
Ivani Ferreira de Queiroz Cano
Jacques Lima Pétia
José Fernando Bacelar
José Hamilton Brito
Josyanne Martins Gomes (Josy Martins)
Luana Clinéia Isidoro Leite
Luís Antonio de Lima
Manuela Sant’Anna Trujilio
Márcia Regina Scaramelli Correa Alves
Márcio José Possari dos Santos (Marcio
Kadá)
Marco Antonio dos Santos
Marcos Benedito da Silva
Marcos Leandro de Melo
Maria Lúcia Pimentel Leite Carrijo
Maria Margareth Martins (Margah
Martins)
Maria Salomé Rodrigues Macedo
Marilurdes Martins Campezi
Mario Nagata
Marta Aparecida Branco
Mauro Garcia Carvalho Rico
Nilza França
Oscar Yoshihiro Sanomiya
Osvaldir Pereira da Silva (Magrão)
Pedro Manoel Neves
Pollyana Muniz Moda
Prof. Dr. Marcos Rogério de Mendonça
Prof. Me Claudemir Gomes
Régis Antônio Barbosa da Silva
Rita Lavoyer
Rubens Klaus Gonzalez
Salete Surani Fracalossi Botichio
Samuel Lalucci
Simone Aparecida Leite Silva
Soraia Solange Dias
Talita Nayla Rustichelli
Tânia Aparecida Antunes
Therezinha Gabriel dos Santos
Valter Tinti
Vanessa Cristina Manarelli
Wanilda Maria Meira Costa Borghi
3
Sumário
Apresentação
1. Contextualizações
1.1 Um conceito de Cultura
1.2 Um breve diagnóstico sociocultural
1.3 Cultura: direito social básico
1.4 Democratização política
2. Diagnósticos e Análises
2.1 Infraestrutura cultural
3. Diretrizes Gerais
3.1 Cultura como política de Estado
3.2 Gestão democrática
3.3 Transversalidades das políticas de
Cultura
4. Plano Estratégico da Gestão
Cultural
4.1 Objetivos estratégicos da Política
Cultural 2010-2020
4.1.1 Formação, Fomento e Difusão
4.1.2 Produção Simbólica, Direito de
Cidadania e Economia da
Cultura
4.2 Mudanças estruturais como base das
ações propostas
4.3 Avaliações e Projetos
4.3.1 Literatura e Bibliotecas
4.3.2 Artesanato
4.3.3 Música
4.3.4 Artes Cênicas (Teatro, Dança,
Ópera e Circo)
4.3.5 Artes Visuais
4.3.6 Audiovisual
4.3.7 Cultura Popular
4.3.8 Diversidade
4.3.9 Carnaval
5. Gestão Financeira
5.1 Realidade financeira da Secretaria
da Cultura
5.2 Percentual ideal
6. Regulamentação do Sistema Municipal
de Cultura
7. Futuro possível
7.1 Programa de Editais
7.2 Ações com a comunidade civil
.
7.3 Programas estratégicos 40
7.3.1 Difusão da produção cultural
permanente
7.3.2 Ações da Secretaria da Cultura
7.4 Incremento das ações de formação
8. Valorização da Economia da Cultura
9. Programa estratégico de proteção e
promoção do patrimônio cultural material
e imaterial
9.1 Por que e como preservar o
patrimônio cultural
9.2 Sistema Municipal de Museus
9.3 Arquivo Público Municipal
10. Sistema Municipal de Informações
Culturais
11. Evolução e Cidadania
Apresentação
Ao longo de pelo menos duas décadas, a
Cultura vem sofrendo com o descaso ou
o gerenciamento precário de sua
estrutura em Araçatuba.
Terra rica, fértil em talento e
produção cultural, o município sofre com a demanda
da população, que anseia por amplo
acesso a eventos culturais e, muito mais que
isso, anseia por amplo acesso aos
meios de produção cultural.
Se sobram artistas e talento, há
extrema escassez de equipamentos públicos que
possibilitem a interação entre público
e artistas, entre o anseio e a saciedade da
“fome de cultura”.
A ausência de políticas culturais bem
definidas e o clientelismo verificado ao longo
dos anos são alguns dos responsáveis
pelo estado de coisas que hoje se torna
tangível, sob a forma da ausência de
teatros municipais em condições de receber
vários tipos de espetáculos, de salas
voltadas para oficinas culturais e
profissionalizantes, de bibliotecas
descentralizadas e outros equipamentos
públicos necessários à difusão
cultural.
A revitalização do sistema de museus,
recentemente iniciada, é insuficiente para a
preservação da memória e da identidade
do araçatubense, carecendo de
metodologia e localização adequada.
A vontade da sociedade civil de
participar do processo de resgate da vida cultural
que caracterizou a cidade nos anos 60
e 70, até meados dos anos 80 do século
passado, traduz-se na incomparável
participação no Conselho Municipal de
Políticas Culturais – ele próprio uma
conquista dos setores culturais em um lento
processo de reorganização, aglutinação
e empenho.
A seu favor e já atendendo uma das
exigências do Sistema Nacional de Cultura
estabelecido pelo MinC, a cidade conta
com uma Secretaria Municipal de Cultura
independente, com orçamento próprio e
que tem desenvolvido esforços para
alterar este estado de coisas, abrindo
portas que antes estavam fechadas e
estabelecendo o diálogo com a classe
cultural.
Ao longo de aproximadamente 14 meses,
o CMPCA produziu a base para uma
legislação consistente e consciente.
Consistente sob o aspecto da legalidade.
Consciente sob o aspecto de não apenas
fornecer financiamento fortuito, mas
utilizar o dinheiro público para fomentar
a atividade cultural em seu mais elevado
grau e sentido, qual seja o de gerar
conhecimento, preservar a história, gerar
emprego e renda e construir a
cidadania a partir da própria identidade de cada
cidadão.
A idéia motriz é conduzir o processo
de renascimento da cidade como capital
cultural da Alta Noroeste a partir do
resgate de sua rica história, favorecendo a
conscientização daqueles que mantém
viva a chama da vida cultural e
possibilitando o surgimento de novas
gerações – mais conscientes de sua
importância, de seu próprio talento e
da vitalidade que a Cultura traz à cidadania.
A parceria entre a Secretaria e o
CMPCA resultou em iniciativas como este Plano
Municipal de Cultura, com planejamento
para os trabalhos a serem desenvolvidos
nesta e na próxima década.
Os olhos estão voltados para o futuro,
depois de as mentes terem vasculhado o
presente, buscando entender os erros
do passado para que aquilo que está por vir
seja fruto que gere benefício para
todos.
O Sistema Municipal de Cultura –
devidamente engajado nos acordos cooperativos
federativos e em consonância com a
política estadual de Cultura – é o caminho a
nortear as ações futuras, visando
oferecer condições para que o talento floresça,
para que a memória não se perca e para
que todos tenham acesso ao bem
essencial que faz do ser humano algo
mais e maior do que queremos ser hoje.
Araçatuba, agosto de 2011
Conselho Municipal
de Políticas
Culturais de
Araçatuba
1.
Contextualizações
1.1 Um
conceito de Cultura
Uma das tarefas mais difíceis, na atualidade, é conseguir
unanimidade quanto à
definição do que é Cultura.
De forma resumida e em livre interpretação, Cultura é
tudo aquilo que é produzido pelo
Homem, à luz da Arte.
Cultura abrange tudo o que é criado pelo ser humano.
Desde a maneira de cultivar o
solo, até a mais intrigante descoberta tecnológica, da
transformação do minério em
objeto de uso diário até a mais requintada e detalhada
escultura, desde a forma de
coletar e utilizar um pigmento oriundo de uma planta
silvestre até a mais delicada
pintura, do requinte da criação de um alfabeto até a
intrincada trama de um grande
romance ou uma onírica poesia.
Cultura é tudo aquilo que o ser humano pode gerar, a
partir da razão e da
sensibilidade; é o modo de vida, o jeito de falar, o
tempero de cada alimento, os pratos
que diariamente freqüentam cada mesa, os gestos comuns,
as expressões que
povoam nosso idioma, o sotaque que nos caracteriza.
Cultura é resultante das influências vindas das mais
diversas partes do planeta, é a
mescla da miscigenação, do sincretismo religioso, do uso
que se faz das tecnologias.
Como definido por Adriana Silva1, Cultura são os saberes e os fazeres,
o dado e o
criado, é o que referencia as muitas identidades e
consolida as práticas e ações
sociais que seguem um padrão determinado no espaço, como
as criações simbólicas
expressas em modos de vida, crenças, motivações, valores,
práticas, rituais,
comportamentos, instituições e costumes.
Cultura, enfim, é a própria identidade da cidade e do
cidadão, é tudo aquilo que é
transmitido de pai para filho, de professor para aluno,
de mestre para discípulo, de
exemplo para seguidor, e que pelo labor, paladar e
costumes das novas gerações
acrescerá o homem que se cria e recria espiritual e
materialmente como sujeito social
da história
É com isso em mente que pensamos o futuro das ações
culturais no município de
Araçatuba, visando amplo acesso, à igualdade de condições
de produção, vivência e
consumo, como forma de alicerçar a cidadania e construir,
em futuro nem tão distante,
uma cidade capaz de orgulhar-se de si mesma e oferecer
aos seus cidadãos aquilo
que ela tem de melhor, sob todos os aspectos.
1.2 Um
breve diagnóstico sociocultural
Araçatuba que já foi, em outros tempos, conhecida como a
“Capital do Asfalto” e “A
Terra do Boi Gordo”, encontra-se em busca de nova
identidade.
A crise verificada em várias gestões que deixaram um
rastro de obras inacabadas e
outras tantas desaparecidas, legou uma crise de
identidade ao município.
Durante os anos 80 e 90 do século XX e a primeira década
do século XXI, a queda
vertiginosa na qualidade dos serviços públicos e a
precária manutenção da
infraestrutura do município levaram seus habitantes a
ansiar por gestões mais
práticas, mais capacitadas em termos de gerenciamento do
erário, abandonando
questões apontadas como supérfluas por seus líderes
políticos.
Infelizmente, a Cultura foi inserida entre as coisas que
se pode adiar, A despeito de
esforços já realizados, o desgaste verificado ao longo
dos anos impede que os
equipamentos públicos de cultura cumpram, de maneira
completa, sua função social.
O quadro caótico que se instalou no sistema cultural do
município impõe a
necessidade da criação de uma política cultural séria e
eficaz, que seja capaz não
somente de resgatar o que foi abandonado, como também de
criar condições para a
evolução do segmento, e facilitação e ampliação do acesso
da população aos bens
culturais.
Fica, portanto, estabelecido, que, a partir deste plano,
as seguintes ações
sejam implementadas:
1) fortalecer as relações entre o poder público cultural
e a sociedade civil – produtora
ou expectadora de cultura;
2) ampliar as relações entre os entes federativos
considerando a responsabilidade de
cada um no fazer cultural;
3) permitir a elevação conceitual de cultura em Araçatuba
e garantir a democratização
ao acesso cultural levando em consideração a importância
desta iniciativa para a
transformação social.
Aqui se impõe, como meio exclusivo para que tais
objetivos sejam alcançados, que
toda a Política Pública de Cultura para o município de
Araçatuba seja concebida a
partir da realização de levantamento, análise,
diagnóstico e prognóstico da produção
cultural da cidade, seja criado um banco de informações e
indicadores que possam
embasar todas as tomadas de decisão dos governos, de
acordo com o que estabelece
o Sistema Municipal de Cultura, e em consonância com o
Sistema Nacional de
Cultura.
1.3
Cultura: um direito social básico
A garantia de amplo acesso aos bens culturais e promoção
da Cultura como direito do
cidadão é preceito constitucional.
A Carta Magna promulgada em 1988 diz:
TÍTULO III
Da
Organização do Estado
(…)
CAPÍTULO II
Da
União
Art.
23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
(…)
III –
proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os
sítios
arqueológicos;
IV –
impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de
arte e
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V –
proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
(…)
Art.
24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente
sobre:
(…)
VII –
proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII –
responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
IX –
educação, cultura, ensino e desporto;
(...)
CAPÍTULO
IV
Dos
Municípios
Art.
30. Compete aos Municípios:
(…)
IX –
promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
TÍTULO
VIII
Da
Ordem Social
(…)
CAPÍTULO
III
DA
EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção
II
DA
CULTURA
Art.
215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso
às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão
das
manifestações
culturais.
§ 1º –
O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas
e
afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório
nacional.
§ 2º –
A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação
para
os diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A
lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,
visando
ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder
público
que conduzem à:
I –
defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II –
produção, promoção e difusão de bens culturais;
III –
formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas
dimensões;
IV –
democratização do acesso aos bens de cultura;
V –
valorização da diversidade étnica e regional
Art.
216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade,
à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira,
nos quais se incluem:
I – as
formas de expressão;
II –
os modos de criar, fazer e viver;
III –
as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV –
as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados
às manifestações artístico-culturais;
V – os
conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º –
O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá
o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância,
tombamento
e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
§ 2º –
Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação
governamental e as providências para franquear sua consulta a
quantos
dela necessitem.
§ 3º –
A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens
e
valores culturais.
§ 4º –
Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da
lei.
§ 5º –
Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de
reminiscências
históricas dos antigos quilombos.
§ 6 º
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de
fomento
à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o
financiamento
de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos
no
pagamento de:
I –
despesas com pessoal e encargos sociais;
II –
serviço da dívida;
III –
qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos
ou ações apoiados.
A preocupação do legislador é o reconhecimento formal de
uma discussão que
resultou em mudança de visão do fazer cultura e do
conceito de Cultura e sua
inserção na vida da sociedade após a II Guerra Mundial.
Historicamente, essa discussão resultou no consenso de
que Cultura é necessidade
social básica. E tendo isso sido fixado na Constituição
Brasileira, não pode mais ter
sua aplicação neste município adiada.
A visão humanista que o mundo passou a ter de si mesmo,
após os trágicos
acontecimentos da II Grande Guerra, resultou na busca
pela tolerância.
Tolerância sob todo e qualquer aspecto – religioso, de
costumes e tantos outros. O
conceito de raça veio a ser revisto, na tentativa de
esconjurar a praga do racismo e da
xenofobia.
O surgimento da ONU e da UNESCO é esforço no sentido de
se universalizar a
tolerância e difundir a mescla cultural como prática
universal e necessária à paz e ao
desenvolvimento das nações.
É preciso lembrar a Conferência Mundial sobre Políticas
Culturais, realizada no México
em 1982, cujo grande objetivo foi fixar a visão universal
de que é necessário adotar
políticas públicas que enfatizem um conceito amplo e
antropológico de Cultura, em
que se insiram não apenas as Artes e as Letras, mas
também os modos de vida, os
direitos humanos, os costumes, as crenças, a
intersetorialidade que permeia Cultura,
Educação, Ciências e Comunicação.
Isso tudo somado resultou na sociedade moderna, em que
tecnologia e arte se
mesclam e se confundem, em que a ciência pode ser
antecipada pela literatura, na
qual o Homem pode rever a si mesmo e a seus atos
encarando-os de frente, sob
forma de cinema documentário ou peças de ficção.
Em 1988, foi lançada a Década Mundial do Desenvolvimento
Cultural, pela UNESCO.
Em 1992, foi criada a Comissão Mundial de Cultura e
Desenvolvimento, que publicou
o relatório “Nossa Diversidade Criadora”, em 1996. Tal
documento já preconizava a
valorização da diversidade do patrimônio cultural como
essencial ao desenvolvimento
de qualquer sociedade.
Em 2004, na cidade espanhola de Barcelona, foi realizado
o IV Fórum das Autoridades
Locais no Fórum Universal das Culturas. Em 2005, desta
vez em Paris, aconteceu a
Convenção da UNESCO sobre a Proteção e Promoção da
Diversidade das
Expressões Culturais, que fixou as recomendações da
Agenda 21 de Cultura, o
documento-base que passa a nortear as ações de políticas
culturais de todo o planeta.
Dos 45 itens que compõem este precioso documento, faz-se
necessário destacar os
compromissos assumidos pelos governos locais de todo o
mundo, a saber:
II.
COMPROMISSOS
17.
Estabelecer políticas que fomentem a diversidade cultural, a
fim de garantir a
amplitude
da oferta e a presença de todas as culturas, especialmente das minoritárias
ou
desprotegidas, nos meios de comunicação e de difusão, incentivando as
coproduções
e os
intercâmbios, e evitando posições hegemônicas.
18.
Apoiar e promover, mediante diferentes meios e instrumentos, a
manutenção e
ampliação
dos bens e serviços culturais, buscando a universalização do acesso a
estes,
a ampliação da capacidade criativa de todos os cidadãos, a riqueza que
representa
a diversidade linguística, a exigência artística, a busca de novas formas de
expressividade
e a experimentação com as novas linguagens, a reformulação e a
interação
das tradições, os mecanismos de gestão cultural que detectem os novos
movimentos
culturais, o novo talento artístico e o potenciem para que possa chegar à
sua
plenitude. Os governos locais manifestam o seu compromisso com a geração e
ampliação
de públicos e a participação cultural como elementos de uma cidadania
plena.
19.
Implementar os instrumentos apropriados, para garantir a
participação democrática
dos
cidadãos na formulação, no exercício e na avaliação das políticas públicas de
cultura.
20.
Garantir o financiamento público da cultura mediante os
instrumentos necessários.
Entre
eles deve destacar-se o financiamento direto de programas e serviços públicos,
o
apoio a atividades de iniciativa privada através de subvenções, assim como
aqueles
modelos
mais novos tais como microcréditos, fundos de risco, etc. Igualmente, cabe
contemplar
o estabelecimento de sistemas legais que facilitem incentivos fiscais às
empresas
que invistam na cultura, sempre tendo em conta o respeito pelo interesse
público.
21.
Constituir espaços de diálogo entre as diferentes opções
espirituais e religiosas
que
convivem no território local e destas com o poder público, com o fim de
assegurar
o
direito de livre expressão e uma convivência harmônica.
22.
Promover a expressividade como uma dimensão básica da
dignidade humana e da
inclusão
social, sem prejuízo de razões de gênero, idade, etnia, descapacidade,
pobreza
ou qualquer outra discriminação que impossibilite o pleno exercício das
liberdades.
A luta contra a exclusão é a luta pela dignidade de todas as pessoas.
23.
Promover a continuidade e o desenvolvimento das culturas
locais originárias,
portadoras
de uma relação histórica e interativa com o território.
24.
Garantir a expressão e a participação das pessoas com culturas
procedentes da
imigração
ou arraigadas originariamente em outros territórios. Ao mesmo tempo, os
governos
locais comprometem-se a viabilizar os meios para que as pessoas
imigrantes
acedam à cultura da comunidade de acolhida e participem nela. Este
compromisso
recíproco é o fundamento dos processos de convivência e
interculturalidade
que, de fato, sem este nome, contribuíram a configurar a identidade
de
cada cidade.
25.
Promover a implementação de formas de “avaliação do impacto
cultural” para
considerar,
com caráter preceptivo, as iniciativas públicas ou privadas que impliquem
alterações
significativas na vida cultural das cidades.
26.
Considerar os parâmetros culturais na gestão urbanística e em
toda a planificação
territorial
e urbana, estabelecendo as leis, normas e os regulamentos necessários que
assegurem
a proteção do patrimônio cultural local e a herança das gerações
antecessoras.
27.
Promover a existência dos espaços públicos da cidade e
fomentar o seu uso como
lugares
culturais de relação e convivência. Promover a preocupação pela estética dos
espaços
públicos e nos equipamentos coletivos.
28.
Implementar ações que tenham como objetivo a descentralização
das políticas e
dos
recursos destinados à área cultural, legitimando a originalidade criativa das
chamadas
periferias, favorecendo os setores sociais vulneráveis, defendendo o
princípio
do direito à cultura e ao conhecimento de todos os cidadãos sem
discriminações
de nenhum tipo. Esta determinação não deverá passar por alto as
responsabilidades
centrais e, particularmente, as que referem ao necessário
financiamento
que todos os projetos de descentralização exigem.
29.
Promover, particularmente, a coordenação entre as políticas
culturais dos
governos
locais que partilham um mesmo território, num diálogo que valorize a
identidade
de cada um, a sua contribuição ao conjunto e a eficiência dos serviços
postos
à disposição da cidadania.
30.
Potencializar o papel estratégico das indústrias culturais e
os meios de
comunicação
locais, tendo em conta sua contribuição à identidade local, à
continuidade
criativa e à geração de empregos.
31.
Promover a socialização e o acesso à dimensão digital dos projetos
e do acervo
cultural
local ou universal. As tecnologias da informação e da comunicação devem-se
utilizar
como ferramentas capazes de por o conhecimento cultural ao alcance de todos
os
cidadãos.
32.
Implementar políticas que tenham como objetivo a abertura de
meios de
comunicação
públicos no âmbito local, assim como o seu desenvolvimento de acordo
com os
interesses da comunidade seguindo os princípios de pluralidade, transparência
e
responsabilidade.
33.
Gerar os mecanismos, instrumentos e recursos para garantir a
liberdade de
expressão.
34.
Respeitar e garantir os direitos morais dos autores e dos
artistas e a sua justa
remuneração.
35.
Convidar criadores e artistas a comprometerem-se com as
cidades e com os
territórios,
identificando problemas e conflitos da nossa sociedade, melhorando a
convivência
e a qualidade de vida, ampliando a capacidade criativa e crítica de todos
os
cidadãos e, muito especialmente, cooperando para contribuir à resolução dos
desafios
das cidades.
36.
Estabelecer políticas e investimentos que fomentem a leitura e
a difusão do livro,
assim
como o pleno acesso de toda a cidadania à produção literária global e local.
37.
Favorecer o caráter público e coletivo da cultura, fomentando
o contacto dos
públicos
na cidade em todas as manifestações que facilitam a convivência:
espetáculos
ao vivo, cinema, festas, etc.
38.
Gerar instâncias de coordenação entre as políticas culturais e
educativas,
impulsionando
o fomento da criatividade e da sensibilidade e a relação entre as
expressões
culturais do território e o sistema educativo.
39.
Garantir o gozo dos bens e serviços culturais às pessoas com
descapacidade,
facilitando
o acesso destas pessoas aos equipamentos e atividades culturais.
40.
Promover as relações entre equipamentos culturais e entidades
que trabalham
com o
conhecimento, com as universidades, os centros de investigação e as
empresas
investigadoras.
41.
Fomentar os programas dirigidos a divulgar a cultura
científica e a tecnologia entre
todos
os cidadãos; especialmente, se se considera que as possíveis aplicações dos
novos
conhecimentos científicos geram questões éticas, sociais, econômicas e
políticas
que são de interesse público.
42.
Estabelecer instrumentos legais e implementar ações de
proteção, do patrimônio
cultural
por meio de inventários, registros, catálogos e todos os tipos de atividades de
promoção
e difusão tais como exposições, museus, itinerários, etc.
43.
Proteger, revalorizar e difundir o patrimônio documental
gerado no âmbito da
esfera
pública local/regional, por iniciativa própria ou associando-se com entidades
públicas
e privadas, incentivando a criação de sistemas municipais e regionais com
esta
finalidade.
44.
Trabalhar para abrir o livre descobrimento dos patrimônios
culturais aos habitantes
de
todas as regiões do planeta. Promover também, em relação com os profissionais
do
sector, um turismo respeitoso com as culturas e os costumes das localidades e
territórios
visitados.
45.
Desenvolver e implementar políticas que aprofundem os
processos de
multilateralidade,
baseados no principio da reciprocidade. A cooperação cultural
internacional
é uma ferramenta indispensável na constituição de uma comunidade
humana
solidária, que promove a livre circulação de artistas e operadores culturais
especialmente
através da fronteira norte-sul, como uma contribuição essencial para o
diálogo
entre os povos, para a superação dos desequilíbrios provocados pelo
colonialismo
e para a integração interregional.
1.4
Democratização política
Após décadas de inatividade, o Conselho de Cultura foi
efetivamente implantado em
1990, mesmo tendo sido criado em 1967, gestão do então
prefeito Sylvio José
Venturolli.
Ao longo da década, em caráter meramente consultivo, foi
ignorado em suas decisões
e seus integrantes – embora imbuídos dos mais elevados
objetivos – viram seus
esforços de fixar uma política cultural relevante no
município resultar em nada.
Em 2004, o movimento Fórum Cultural, que contou com o
apoio do então presidente
da Academia Araçatubense de Letras, Hélio Consolaro,
culminou na primeira Carta
aos Candidatos, que apresentava as reivindicações do
setor cultural. O documento
pedia compromisso dos candidatos a prefeito no sentido de
atender às disposições ali
apresentadas. O mesmo aconteceu nas eleições de 2008.
Em 2009, por iniciativa dos segmentos culturais
mobilizados, foi criado o anteprojeto
de lei que estabelecia o Conselho Municipal de Políticas
Culturais de Araçatuba, tendo
este sido entregue ao prefeito Aparecido Sério da Silva
com vistas a se consumar um
de seus compromissos de campanha, que era o de definir o
caráter deliberativo do
CMC.
Assim, com o primeiro passo para a gestão compartilhada e
da definição de
Políticas Culturais para o município, o processo de
democratização do pensar e do
fazer cultural na cidade adquiriu nova dimensão. O
resultado da iniciativa – aprovada
pela Câmara de Vereadores em 31 de agosto de 2009 e
efetivamente implantada em
setembro daquele ano com a nomeação dos conselheiros –
foi a ampla discussão da
legislação municipal voltada para a Cultura.
O incessante trabalho dos conselheiros da primeira
formação do CMPCA resultou em
anteprojetos de leis que se mostraram audaciosos, pela
consciência e cuidado com
que foram elaborados e pelo meticuloso trabalho
desenvolvido de forma a preservar,
do clientelismo, os cofres públicos e, ao mesmo tempo,
garantir aos agentes culturais
o acesso ao financiamento público da atividade cultural.
São exemplos significativos,
hoje reconhecidos como modelo para os demais municípios
brasileiros por técnicos do
próprio MinC: a
lei do Fundo Municipal de Apoio à Cultura, a lei do Incentivo Municipal
à Cultura e a lei de Preservação e Tombamento dos Bens
Culturais.
A lei que estabelece o Sistema Municipal de Cultura
amplia a participação da
sociedade civil na elaboração e implantação das políticas
culturais em Araçatuba,
prevendo, inclusive, a realização da Conferência
Municipal de Cultura a cada dois
anos, com o intuito de estimular a avaliação dos
trabalhos realizados e promover,
quando necessário, a correção de rota de tais políticas
culturais.
Tal conjunto de leis favorece, em seu mais alto grau, a
interação entre Poder Público e
Sociedade Civil de forma a valorizar a Cultura local; faz
avançar sua integração à
Cultura regional, estadual e nacional; e, acima de tudo,
assegura ao cidadão o amplo
acesso à produção cultural, cumprindo o preceito
constitucional brasileiro e atendendo
às orientações dos órgãos mundiais que buscam a promoção
da paz e do
desenvolvimento de todas as nações.
Assim, tomando por base o trabalho até aqui realizado, é
possível fixar-se diretrizes e
normas para nortear a implantação de Política Cultura
eficaz para o município de
Araçatuba, como apresentado a seguir.
2.
Diagnósticos e análises
2.1
Infraestrutura cultural
Em termos de infraestrutura cultural, Araçatuba vive, na
atualidade, um dos piores
momentos de sua história.
Teatro
Floriano Camargo de Arruda Brasil (Teatro São João)
O maior e melhor equipado teatro do município, o antigo
“Floriano Camargo de Arruda
Brasil” (Teatro São João), foi perdido por questões
político-administrativas em gestões
anteriores ao ano de 2011.
Teatro
Paulo Alcides Jorge
O teatro melhor equipado do município, o Teatro “Floriano
Camargo de Arruda Brasil”
(Teatro São João), foi perdido por questões
político-administrativas e o Teatro “Paulo
Alcides Jorge”, anexo à Biblioteca Municipal, vem
sofrendo com a sobrecarga
resultante daquela perda.
Conforme diagnosticou Alexandre Melinsky, diretor da
Secretaria Municipal de Cultura:
“Com capacidade para 200 espectadores, o teatro recebe
várias atividades artísticas,
peças teatrais, shows musicais, espetáculos de dança,
formaturas de escolas de
música, concursos de piano e festivais de teatro. A
capacidade do teatro, além de ser
pequena, possui poltronas desconfortáveis e o espaço
entre elas é mínimo, gerando
sempre reclamações quando alguém tem que passar entre as
pessoas sentadas. O
palco - medindo 10 metros de largura e apenas 6 metros de
profundidade - é
tipicamente pequeno para receber espetáculos maiores,
inviabilizando as
manifestações culturais. O teatro possui apenas um
camarim pequeno com banheiro,
um piano que fora doado pelo Estado e que, pelo contrato
de comodato existente, não
pode ser removido de lá. No teatro não há rampas e nem
espaço reservado para
deficientes e obesos. Além disso, é deficiente na parte
técnica: existem 20 refletores
funcionando, outros estão parados por falta de lâmpadas,
por falta de reparos e
porque são antigos. Precisa ser feita também uma reforma
no telhado, a troca do forro,
o aumento do palco até o fundo do teatro, a construção de
urdimentos, camarins nas
laterais, saídas de emergência, climatização, aumento dos
espaços entre as poltronas,
aumento do número de poltronas, construção de uma entrada
independente à
biblioteca, especialmente quanto à rede e quadro de
energia, transformador ou cabine
de força e outros reparos nas instalações elétricas.
Quanto ao quadro de funcionários,
o teatro não possui técnico de som, nem técnico de luz e
nem agente de serviços
gerais masculino.”
Teatro
Castro Alves
O Teatro “Castro Alves” – marco da vida cultural da
cidade nos anos 60, 70 e 80 do
século XX – também está inativo.
Ainda lançando mão do diagnóstico feito por Alexandre
Melinsky, diretor da SMC:
“O Teatro Castro Alves está localizado à rua Duque de
Caxias, anexo à Casa da
Cultura Adelino Brandão, onde funciona a Secretaria Municipal
de Cultura. O teatro foi
o mais importante palco das manifestações culturais de
nossa cidade nas décadas de
70 e 80, sendo usado para shows, peças de teatro e
encontros com renomados
artistas (Caetano Veloso, Cazarré, Elis Regina, Cássia
Kiss e outros), além de receber
os grupos de teatro de Araçatuba. No final dos anos 90, o
teatro foi desativado e
fechado por inúmeros problemas de estrutura. Em meados
dos anos de 1999 e 2000,
a diretoria da Fetara (Federação de Teatro da Região de
Araçatuba) procurou a
arquiteta Rosa Emília Marques Pavan para iniciarem uma
campanha de revitalização
do teatro. No final de 2001, foi entregue ao então
prefeito eleito, o Sr. Jorge Malully
Neto, o projeto de reforma e ampliação do teatro. A
primeira etapa da reforma foi
concluída em meados do ano de 2004 e a outra etapa
finalizada no ano de 2008.
Atualmente, o teatro está com palco totalmente novo,
urdimentos e varas
contrapesadas, passarelas de metal sobre o palco, dois
camarins nas laterais do palco
com sanitários, degraus para 216 poltronas, todos os
corredores acarpetados, cabine
técnica, parte elétrica toda refeita, gerador de energia,
boulevard coberto com jardim,
postes de iluminação, sala para exposição e foyer com
bilheteria, pintura interna e
externa finalizada.”
O teatro nunca foi inaugurado pelo governo anterior e o
governo atual o recebeu
constatando que faltam as poltronas, o sistema de
climatização, o enxoval do teatro e
também a atualização da rede elétrica, entre outras
necessidades.
Museu de
Araçatubense de Artes Plásticas - MAAP
Durante a reforma do Teatro Castro Alves, duas salas
foram destinadas às exposições
de Artes Plásticas e hoje recebem eventos coordenados
pelo Museu Araçatubense de
Artes Plásticas (MAAP), mas ainda necessitam de melhorias
e adequações às
exigências mínimas de qualidade para melhor atender os
expositores, tais como:
iluminação individual para obras expostas, climatização,
ilhas para esculturas,
biombos e demais estruturas flutuantes, adequação do
espaço da reserva técnica, etc.
Centro
Cultural Ferroviário
Patrimônio histórico-cultural do município e legalmente
tombado, o Centro Cultural
Ferroviário encontra-se interditado em razão do
comprometimento da estrutura de seu
telhado e de várias infiltrações nas paredes e no piso. O
uso inadequado do espaço e
a falta de manutenção foram os responsáveis pela
interdição.
Como bem analisou Melinsky: “O Centro Cultural
Ferroviário foi inaugurado no ano de
1994 vem sendo usado em manifestações e eventos diversos,
como feiras comerciais,
formaturas, festas populares, shows variados, feiras do
vestuário, etc. Poucas vezes o
espaço é usado para eventos e manifestações culturais.
Com o passar dos anos
pouco foi investido em sua manutenção, até por não se
cumprir o regimento regulariza
o uso do espaço bem como a cobrança de alguma taxa de
manutenção. Problemas
com estrutura de telhado, pombos invadindo o espaço,
parte elétrica, banheiros,
camarins, calçamento, pintura, globos externos de iluminação,
são comuns hoje”.
Um convênio com o Governo Federal foi tentado, para
promover a restauração, mas a
iniciativa esbarra em dificuldade legal: embora detenha a
posse de fato do espaço,
através de permuta celebrada com a antiga Rede
Ferroviária Federal S.A., o município
não possui o domínio e, para tanto, carece de
regularização.
Casa da
Cultura Adelino Brandão
Tombada como patrimônio histórico-cultural do município,
a Casa de Cultura “Adelino
Brandão” também é um equipamento cultural parcialmente
desviado de sua finalidade
primeira.
Hoje o prédio onde funcionou o antigo Instituto
Noroestino de Trabalho, Educação e
Cultura (INTEC), abriga o Projeto Guri, uma das salas do
Balé Municipal e também a
própria estrutura administrativa da Secretaria Municipal
da Cultura.
O desvio de finalidade de uso a que este PMC se refere é
o de o citado prédio abrigar
a parte administrativa da própria Secretaria. As diversas
salas deveriam abrigar
oficinas profissionalizantes na área cultural ou, no
máximo, sediar entidades
representativas de vários segmentos.
O mesmo Melinsky avaliou: “O prédio é antigo e muitos
problemas são encontrados,
como a falta de acessibilidade para deficientes,
problemas com telhado, parte elétrica,
pintura, infiltrações e falta de estacionamento.”
A casa de Cultura Adelino Brandão sofre ainda a ação do
tempo por falta de
manutenção e reinvestimento na parte física do edifício.
Por isso apresenta infiltrações
variadas na telhadura, necessita de reparos na parte
elétrica e hidráulica, bem como
merece um olhar no que tange a questão da climatização
que carece de solução
urgente.
Teatro
Aberto Tom Jobim (Praça João Pessoa)
Inaugurado em 2000, dentro das comemorações dos 500 anos
do descobrimento do
Brasil, o Teatro Aberto Tom Jobim resultou da
revitalização da Praça João Pessoa,
fruto da iniciativa do professor Arthur Leandro Lopes,
que mobilizou a iniciativa privada
para financiar o projeto. Desde então, o teatro
transformou-se no principal
equipamento público de cultura, recebendo todo tipo de
evento. É nele, por exemplo,
que acontece a maioria dos eventos promovidos em parceira
com o SESC – Serviço
Social do Comércio Polo Avançado Araçatuba (a quem o
setor cultural de Araçatuba
agradece o empenho).
Mas este tem localização pouco adequada, o que gera
problemas de paladar cultural.
Por estar localizado em área residencial, o som
exageradamente alto de algumas
apresentações e determinados eventos tem recebido
críticas e denúncias sob a
alegação de perturbação de sossego de alguns avizinhados.
Também foram registrados outros problemas como: a
higienização dos sanitários e o
uso inadequado do espaço existente na parte inferior da
caixa d’água que tem sido
feito de depósito da lanchonete existente próxima ao
local. O uso do mesmo espaço
como camarins para os artistas que ali se apresentam
também caracteriza uso
indevido.
São constatados problemas com os equipamentos de
iluminação, instalações elétricas
e a depredação da infraestrutura da praça, como bancos e
mesas de concreto pela
falta de vigilância que também resultou na perda de
equipamentos destinados às
apresentações, bem como a iluminação do palco e outros
danos.
A própria exploração do espaço da lanchonete carece de
avaliação mais profunda,
para regularização.
Carnaval e
escolas de samba
Ao longo das últimas décadas, as diversas unidades
carnavalescas foram
acostumadas a absorver o financiamento público, sem
contrapartida efetiva, fosse na
área cultural, fosse na área social.
O resultado foi a ocupação caótica de espaços públicos,
que ficaram sem a devida
manutenção, comprometendo o patrimônio do município.
Exemplos típicos são a
Quadra Cinquentenário e uma das casas e barracão da
antiga Esplanada Ferroviária,
além de boxes do antigo Mercado Municipal. Depois do uso
por tempo prolongado e
sem manutenção tais áreas carecem de cuidados e
recuperação.
Hoje, o carnaval de rua de 2011 foi suspenso pela
Secretaria Municipal de Cultura
pela inadequação das unidades carnavalescas à legislação
vigente, pelo processo de
transferência da administração do carnaval para a ASSESA
– Associação das Escolas
de Samba de Araçatuba e pela falta de contrapartida
social e cultural por parte das
escolas.
Museu
Histórico e Pedagógico “Marechal Cândido Rondon”
Sem contar com a manutenção necessária, o espaço físico
do museu apresenta
problemas diversos, que vão desde a pintura, até
adequação à sua finalidade precípua
ou seja, necessita de restauração, climatização e
iluminação adequada.
Não há, entre outros itens básicos, espaço adequado para
reserva técnica e devida
climatização de forma a garantir a correta preservação
dos bens, além de móveis
museológicos adequados, embora a citada reserva venha
sendo otimizada..
Tampouco existe espaço suficiente para a perfeita
acomodação do acervo permanente
ou para o armazenamento de peças não expostas, ainda que
a catalogação sistêmica
dos itens existentes tenha sido otimizada recentemente.
A falta de quadro de funcionários em número suficiente
para o atendimento da
demanda por manutenção e para o atendimento ao público é
outro grave problema. A
ausência de profissional qualificado, especificamente na
área de Museologia
(museólogos e curadores), constitui talvez a mais grave
questão relacionada à área.
Museu dos
Ferroviários
O recém-criado novo museu deve promover readequação de
acervos. O
acervo que deverá vingar não apenas por meio das doações
de artefatos e obras
estéticas que narrem a vida dos ferroviários, os
responsáveis pelo nascimento deste
município, mas como exige também a estruturação que se
faz necessária para o
cumprimento do papel de preservar a memória e manutenção
da identidade do povo
araçatubense. E, para tanto, não basta apenas expor peças
de valor histórico.
É preciso que se conte com pessoal tecnicamente
capacitado, estrutura organizacional
adequada, oficina de restauro e espaço adequado para
estoque e preservação da
reserva técnica, entre outros quesitos.
Biblioteca
Municipal Rubens do Amaral
Ao longo das últimas décadas, a Biblioteca Municipal
Rubens do Amaral teve seu
acervo negligenciado, assim como sua estrutura física
deixou de receber a necessária
manutenção. Como resultado, tem-se uma biblioteca que carece
de ampla
informatização e digitalização do acervo, além da
adequação de seu espaço físico,
com medidas que atendam as exigências de acessibilidade,
construção de entrada
independente àquela do Teatro Paulo Alcides Jorge,
modernização da rede e quadro
de energia, implantação de transformador ou cabine de
força e outros reparos nas
instalações elétricas, de forma a atender a sua às
necessidades eletrônicas de uma
biblioteca moderna e informatizada e ampliação do
programa Acessa São Paulo, que
funciona no edifício anexo. O acervo, propriamente dito,
precisa ser revisto, ampliado
e modernizado, e seus exemplares submetidos a cuidadosa
restauração,
especialmente os mais representativos da história da
cidade.
3.
Diretrizes Gerais
A partir do diagnóstico ora apresentado, é possível
definir ações de curto, médio e
longo prazo, que construam uma Política Municipal de
Cultura capaz de reverter o
atual estado de coisas e promover a Cultura como agente
gerador de emprego, renda
e inserção social, além de ser o componente principal da
identidade deste como de
qualquer povo.
3.1
Cultura como Política de Estado
Estabelecer políticas públicas de Cultura é essencial
para o desenvolvimento do
município, que é integrado pelos mais diversos segmentos
e vontades culturais. Para
que isso aconteça, é preciso que se deixe de tratar a
Cultura como mero complemento
da administração pública e que se a transforme em
política pública. Para isso,
precisamos:
a) Estabelecer critérios, na esfera municipal, de Planejamento Estratégico de curto,
médio e longo prazos para as Políticas Públicas de
Cultura e em sintonia com suas
congêneres em âmbito estadual e nacional;
b) Reforçar a importância da economia de cultura e a
centralidade da cultura como
fator de desenvolvimento no mundo contemporâneo;
c) Promover a diversificação das fontes de financiamento
e a descentralização dos
recursos públicos para a cultura, através da implantação
e efetivo funcionamento do
Fundo Municipal de Apoio à Cultura e do Incentivo
Municipal à Cultura, independente
do orçamento da Secretaria Municipal de Cultura;
d) Permitir que a Secretaria da Cultura firme convênio
com outras instituições públicas
e/ou privadas, de várias áreas, como ONGs, OS,
universidades, para a manutenção
de programas, projetos, realização de pesquisas e outras
atividades culturais;
e) Atuar com o conceito de rede e articular os diversos
equipamentos culturais para o
desenvolvimento de atividades voltadas para a formação e
profissionalização nas
diversas áreas da cultura, visando provocar, a médio
prazo, uma mudança na gestão e
produção cultural da cidade;
f) Promover a inserção da cidade de Araçatuba e da
produção local nas redes culturais
mundiais, estabelecendo convênios de cooperação e
intercâmbio cultural com cidades
do Brasil e de outros países;
g) Garantir a produção, em todas as áreas artísticas,
conforme planejamento anual,
por meio de financiamento e/ou apoio e distribuição de
edições e publicações de
livros, CDs, vídeos, filmes, fotografias e outros
materiais que se relacionem à
memória.
h) Promover formas de acesso ao conhecimento das várias
linguagens artísticas
priorizando os artistas e artesãos locais, difundindo a
criação e registrando a produção
dos bens simbólicos materiais e imateriais, fazeres
artísticos, que contextualizem a
história local e regional.
i) Implementar programas e ações que utilizem
instrumentos que abram espaço para a
plena cidadania dos representantes de todas as etnias,
garantindo a presença de suas
manifestações culturais como uma das muitas formas de
expressão;
j) Elaborar e implementar, com a colaboração de
profissionais e associações
especializadas, programas que integrem, nos processos
culturais, os portadores de
deficiência, sejam
elas físicas, mentais, sensoriais, ou múltiplas;
k) Garantir aos portadores de deficiências acessibilidade
aos equipamentos culturais,
projetos culturais de várias linguagens, cursos técnicos
de formação, bem como a
presença de intérpretes de libras e áudio-descritores nas
apresentações;
l) Garantir aos idosos acesso à produção e à fruição de
bens culturais. Implementar
também programas especiais de valorização e dignificação
dos pertencentes ao grupo
da Melhor Idade.
m) Promover pesquisa, registro, valorização e reprodução
dos valores e saberes da
oralidade das culturas tradicionais preservando-os de
maneira mais efetiva;
n) Elaborar editais que possibilitem a participação de
todas as culturas étnicas que
compõem o povo araçatubense, do tradicional ao popular,
através de acesso
diversificado, contemplando características próprias,
tais como oralidade e dificuldades
tecnológicas;
o) Articular junto à Secretaria da Educação diálogo
permanente com as comunidades
negras, com o objetivo de garantir a implementação da Lei
Federal 10.639/03,
aplicando-se o mesmo critério a todas as etnias, seja ela
indígena, japonesa ou de
qualquer povo que participe da formação histórica do
nosso município;
p) Criar bibliotecas temáticas sobre a história e a
cultura dos povos que ajudaram na
formação do município de Araçatuba;
q) Promover, apoiar e assegurar a realização de projetos
e ações que sejam
referência na produção cultural do município em âmbito
nacional e internacional,
garantindo assim a multiculturalidade de Araçatuba.
r) Promover a recuperação do significado e dimensão
cultural das praças públicas,
para que as mesmas retomem o seu sentido essencial de
fórum público, informal e
democrático da Cultura da cidade;
s) Implantar e aprimorar os mecanismos de apoio a
empreendimentos culturais, como
prevê o Sistema Municipal de Cultura;
t) Promover a organização de acervo fonográfico e
fotográfico da história oral dos
artistas de Araçatuba, em suas múltiplas linguagens e
manifestações étnicas e
culturais, mobilizando mecanismos midiáticos para
arquivamento e difusão através da
criação do MIS – Museu da Imagem e do Som entre outros,
realizando, quando
necessário, o competente registro artístico e/ou
recuperação e restauração dos
existentes;
u) Promover releituras e revisão das missões dos vários
equipamentos da Secretaria
Municipal da Cultura com o objetivo de permitir a
reorganização dos mesmos a partir
do que estabelece este PMC;
v) Reestruturar a Secretaria Municipal da Cultura para
que o órgão, diante de suas
estruturas financeira, física e de pessoal, possa
absorver as novas diretrizes traçadas
neste PMC;
w) Promover as mudanças estratégicas necessárias à
implantação das ações
previstas enquanto Cultura como Política de Estado.
3.2 Gestão
Democrática
Para assegurar a gestão democrática da Cultura, dentro do
mais moderno conceito de
política pública ou política de estado:
a) O Poder Executivo deverá apresentar, debater e
assegurar a participação da
sociedade civil, através do Conselho Municipal de
Políticas Culturais de Araçatuba -
CMPCA, nas decisões que concernem à documentação cultural
como o Plano
Estratégico de Cultura, o Plano Plurianual, o Orçamento,
a estrutura da Secretaria
Municipal da Cultura e outros.
b) Manter como canais permanentes de debate e
participação nas decisões culturais o
Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPCA e a
Conferência Municipal de
Cultura;
c) Implantar o Programa de Editais para garantir a
democratização do acesso ao
financiamento público e propor a elevação anual dos
valores disponibilizados e a
diversidade de áreas a serem contempladas;
d) Convidar e permitir que os projetos culturais até
então executados pela Secretaria
Municipal da Cultura sejam, cada vez mais, realizados
pela comunidade cultural de
Araçatuba, possibilitando a qualificação das propostas, a
descentralização das ações
e o reposicionamento da Secretaria enquanto órgão
fomentador;
e) Estimular a formação e a qualificação cultural da
população, dos agentes culturais
municipais e dos conselheiros, investindo fortemente na
educação continuada para os
técnicos, oferecendo treinamento especializado tanto nos
centros universitários como
em instituições de referência aos diversos segmentos
existentes.
f) Apoiar grupos e movimentos na formação de redes e
entidades culturais
independentes;
g) Avaliar permanentemente os órgãos e fundações
existentes, preservando e
reforçando conquistas e assegurando seus programas,
serviços e atividades culturais
de acordo com as diretrizes gerais das políticas públicas
culturais.
h) Garantir cada vez mais a permanência de funcionários
técnicos qualificados nas
posições estratégicas para a manutenção das ações
previstas nas Políticas Públicas,
de preferência, sempre através de concurso público;
i) Estimular a criação, distribuição e exibição de bens
culturais locais;
j) Democratizar todo tipo de informação cultural
(programas de governo, projetos e
ações culturais, leis de interesse, atos de
administração, orçamentos, agendas de
atividades) em impressos, boletins virtuais, Internet,
bibliotecas e equipamentos
culturais em geral.
k) Utilizar meios de comunicação eletrônicos, ou não,
para a divulgação e veiculação
gratuita de informações, respeitando os termos de uso da
legislação vigente (inclusão
digital);
l) Oferecer estrutura técnica e colaborar para com a
qualificação dos agentes culturais,
facilitando o acesso à inscrição de projetos em
concorrências públicas e/ou privadas
abertas anualmente no Brasil;
m) Criar e manter um Fórum Virtual (fonte direta de
debates e troca de informações na
rede mundial de computadores) contendo todas as
informações sobre editais de
financiamento para projetos culturais e facilitar a
disponibilização das informações em
um único canal cultural;
n) Criar ações que viabilizem o transporte público e o
acesso à comunicação como
forma de aproximar a periferia dos equipamentos e
atividades culturais;
o) Permitir, por meio do Conselho Municipal de Políticas
Culturais - CMPCA, que os
documentos que regulamentam espaços públicos, como Teatro
Municipal, Anfiteatro
Tom Jobim (Praça João Pessoa) e demais espaços públicos
possam ser
democraticamente elaborados.
p) Promover o levantamento, detalhamento e catalogação de
obras e bens imóveis
com valor artístico cultural do município, bem como a
atualização anual, impressão e
distribuição, preferencialmente junto aos
estabelecimentos de ensino e àqueles
voltados ao turismo e cultura, públicos e privados.
q) Promover o levantamento, detalhamento e catalogação
dos artistas em atividade ou
que tenham significativa participação na história e
formação cultural do município, bem
como a atualizar anualmente, imprimir e distribuir,
preferencialmente junto aos
estabelecimentos de ensino e aqueles voltados ao turismo
e cultura, públicos e
privados, o citado material.
3.3
Transversalidades das Políticas de Cultura
A intersetorialidade das ações públicas é o caminho mais
eficaz para que sejam
atingidos os objetivos de qualquer gestão – seja ela
municipal, estadual ou federal.
A Cultura permeia todas as atividades humanas e, desta
forma, permeia igualmente
todas as atividades desenvolvidas no município.
Por esta razão é dever que:
a) as Políticas Públicas de Cultura tracem seu
planejamento estratégico de modo
integrado com as políticas públicas da Educação,
Assistência Social, Esportes,
Turismo, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente, Saúde
e programas voltados à
juventude, infância, idosos e de inclusão social e
racial;
b) a dotação orçamentária da Secretaria Municipal da Educação
destinada às ações e
atividades culturais seja aplicada e gerida a partir das
propostas contidas neste Plano
Municipal de Cultura;
c) se assegure, por intermédio de dotação própria para a
Cultura, a integração dessa
área com a Educação, viabilizando ações de formação,
produção e difusão cultural no
âmbito escolar;
d) se promova o entendimento, a conscientização e a
difusão no sistema educacional
de um conceito amplo de Cultura, entendido como o
conjunto de saberes e fazeres da
sociedade, garantindo a valorização da diversidade
cultural brasileira;
e) se crie a Semana Cultural para que as escolas
municipais conheçam e participem
das atividades culturais do município;
f) se fortaleça o Turismo Cultural por meio da qualificação
de guias e monitores
culturais e da inserção da programação cultural no
calendário turístico, estimulando
também a geração de divisas;
g) se integre o município de Araçatuba aos debates e
intervenções relativos ao
desenvolvimento municipal ou regional (através da
participação efetiva em consórcios,
câmaras, fóruns, etc.);
h) se descentralize os serviços culturais e se garanta
infraestrutura para as atividades
culturais comunitárias desde o local dos projetos até os
meios de acesso e transporte;
i) se estimule a apropriação cultural de espaços públicos
disponíveis (presídios,
creches, asilos, etc.), promovendo ações culturais de
interesse das comunidades;
j) se reutilize, através de convênios com o Estado, a
União e as organizações culturais
existentes, espaços públicos disponíveis, inclusive
aqueles dos quais a comunidade já
se tenha apropriado, ainda que informalmente;
k) se estabeleça um programa de construção de bibliotecas
e centros culturais nos
bairros de forma a oferecer novos espaços para a produção
e difusão da criação
cultural local e, ao mesmo tempo, que possam receber, de
maneira adequada às
diversas linguagens, a produção cultural que chega de
outras localidades;
l) se conjugar os esforços de “culturalizar” espaços
disponíveis, reutilização de
espaços e constrição novos Centros Culturais com as
políticas de formação de
público, ou seja, disseminar o gosto pela Cultura entre
crianças e jovens, criar no
público a necessidade de cultura e incentivar os novos talentos,
com o objetivo de
aprimorá-los nas linguagens por eles escolhidas.
4.
Plano Estratégico da Gestão Cultural
4.1
Objetivos estratégicos da Política Cultural 2011-2021
Quando se pensa em ações de política pública, é
necessário definir o que é ação
pontual e o que são ações de curto, médio e longo prazo.
A urgência que caracteriza a necessidade de recuperação
de equipamentos públicos
de Cultura e a disponibilização de outros tantos espaços
passíveis de uso por agentes
culturais é objetivo primeiro, base para a implantação
das políticas públicas propostas
neste PMC.
No entanto, em paralelo, é preciso rever o conceito de
“gestão administrativa da
Cultura”, promovendo o abandono da arcaica visão de que
Cultura é igual a eventos
de duração rápida e sem compromisso com a transformação
social.
Esta é a condição primeira para aquilo que aqui é
proposto.
Isso significa não apenas a recuperação física de espaços
destinados ao fazer
cultural, mas também a revisão do método de gestão que
está em vigor, substituindo-o
por um modelo de gestão cultural compartilhado, melhor
estruturado, com estratégias
bem definidas e financiamento ampliado mas revitalizado
nos aspectos de exigências
de retorno social e fiscalização físico-financeira.
Para que isso se consolide e resulte em benefício para
toda a população e a afirmação
de Araçatuba como polo e referência cultural não apenas
no Noroeste Paulista, mas
talvez para o País, é preciso que o PMC ora proposto seja
soberano, incorporado ao
Plano Diretor do Município e rigorosamente seguido,
sobrepondo-se às possíveis
manipulações políticas que se tentem impor à Secretaria
Municipal de Cultura.
As leis criadas para o Sistema Municipal de Cultura
promovem um rigoroso tratamento
do erário público, com regras rígidas de financiamento de
projetos culturais, de forma
a preservar o esforço intelectual, financeiro e
estratégico tanto do Conselho Municipal
de Políticas Culturais de Araçatuba - CMPCA como da
própria Secretaria Municipal de
Cultura.
Assim, é imprescindível que, após a aprovação deste Plano
Municipal de Cultura
(PMC), os poderes Executivo e Legislativo, em suas
deliberações sobre atividades
culturais, acatem e respeitem o conteúdo aqui
estabelecido.
4.1.1
Formação, Fomento e Difusão
Em conformidade com o fixado neste PMC, a Secretaria
Municipal da Cultura de
Araçatuba deve ter como ações prioritárias a formação de
agentes culturais – público
e artistas -, tendo como princípio básico o atendimento a
toda população, sem
exceção, no fomento de produções, respeitando a
diversidade e a difusão do produto
cultural, com foco na valorização do artista local.
A ordem de atuação deve ser: formação, fomento e difusão,
como tripé básico para a
valorização dos artistas locais e ampla divulgação da
produção cultural local.
Para tanto, tal tríade deve nortear a montagem e
avaliação dos editais a serem
lançados para o recebimento, cadastramento e apreciação
de projetos culturais e
também para a avaliação de parcerias a serem firmadas.
Desta forma, define-se o papel da Secretaria Municipal de
Cultura como sendo o de
fomentar ações direcionadas para a implementação de
Políticas Culturais de forma
sistemática e permanente, que visem o todo e
multiplicidade.
4.1.2
Produção Simbólica, Direito de Cidadania e Economia da
Cultura
A recente aprovação do Plano Nacional de Cultura (no
final do ano de 2010) fixou as
três dimensões da Política Cultural a ser implementada no
país. São elas, em suas
dimensões: simbólica, cidadã e econômica.
Por dimensão simbólica entende-se a capacidade inerente
ao ser humano de
simbolizar, ou de construir suas ações sociais por meio
de símbolos. Mais ainda,
quando entrelaçados tais símbolos constroem redes de
significados que retratam
contextos sociais e históricos. Em suma, é a dimensão
simbólica que constrói a
diversidade cultural, porque toda ação se baseia nas
tradições locais onde cresce o
ser humano, onde se dá a possibilidade de formação
erudita e moral, e onde seu
conhecimento é alicerçado e sua sensibilidade burilada.
Já a dimensão cidadã é o reconhecimento formal de que os
direitos culturais
(produção, acesso amplo, fruição) são inerentes aos
direitos humanos. São direitos
inalienáveis e não podem permanecer ignorados no mundo
moderno, em que
formação profissional, erudita e social se confundem, se
entrelaçam e se
complementam.
A dimensão econômica da Cultura, por sua vez, reconhece o
crescimento da Cultura
como fator de geração de emprego e renda, consolidando-se
como um dos segmentos
mais dinâmicos das economias de todos os países, seja na
área das Artes
propriamente ditas, seja em conjunto com o segmento do
Turismo e em outros tantos
com os quais a Cultura caminha de braços dados.
4.2
Mudanças estruturais como base das ações propostas
Otimizar a estrutura administrativa e organizacional da
Secretaria Municipal de Cultura
é o primeiro passo para a efetiva implementação das
propostas deste PMC.
Uma estrutura organizacional ágil, capaz de responder a
todas as premências que as
carências acumularam ao longo das últimas décadas, é
essencial para que as novas
Políticas Públicas sejam implementadas na área cultural.
Assim, apesar da recente reestruturação promovida pelo
Poder Executivo, este PMC
propõe uma nova revisão organizacional da SMC, assim
definida:
DESCRIÇÃO
DOS CARGOS E FUNÇÕES DA NOVA PROPOSTA
Secretário
de Cultura – cargo de
confiança do Chefe do Executivo, preferencialmente
profissional atuante na área cultural, com a missão de
assessorar o prefeito na
formulação da política pública administrativa e implantar
a política cultural.
DEPARTAMENTO
DE COMUNICAÇÃO E ASSESSORIA CULTURAL
Terá a função de cuidar de toda a divulgação,
convocações, publicidade, atendimento
ao público, captação e orientação de projetos e a
distribuição de projetos recebidos
aos órgãos competentes do Sistema Municipal de Cultura.
Divisão de
Comunicação – cargo a
ser exercido preferencialmente por funcionário de
carreira, com a missão de secretariar o Gabinete nas
ações e estratégias para reforçar
a imagem da Secretaria Municipal da Cultura junto aos
seus diversos públicos. Suas
funções englobam áreas de assessoria de imprensa,
relações públicas e,
fundamentalmente, responder pelo plano estratégico de
divulgação das ações
culturais desenvolvidas pela Secretaria.
Divisão de
Assessoria Cultural –
cargo a ser exercido por pessoa tecnicamente
capacitada para orientar os artistas e produtores
culturais na montagem de projetos
(especialmente quanto aos critérios fixados em editais,
custo financeiro, contrapartida
social, importância cultural e interesse do município
para atender suas necessidades e
demandas, além da correta montagem de cada projeto),
receber tais projetos e fazer o
seu encaminhamento, dentro dos trâmites fixados pelo
Sistema Municipal de Cultura.
Caberá à essa Divisão apoiar os artistas em toda a fase
de pré-produção na execução
cada projeto aprovado.
DEPARTAMENTO
DE FORMAÇÃO, FOMENTO E DIFUSÃO
Terá a função de elaborar e planejar políticas públicas
de fomento, difusão e formação
da Secretaria Municipal da Cultura com o objetivo de
criar um novo padrão de
circulação de espetáculos e de atividades artísticas,
combinando qualidade dos
projetos com a ampla comunicação. Sob sua
responsabilidade estão a Divisão de
Fomento e Difusão e a Divisão de Formação Cultural, com
suas respectivas seções.
Divisão de
Fomento e Difusão –
será responsável pelos programas na área de
fomento e difusão. Na área de fomento deverá promover a
produção artística nas mais
variadas áreas, por meio de editais públicos; trabalhar
na prospecção de novos
talentos. Na área de Difusão deverá ampliar e facilitar o
acesso ao público às ações
culturais desenvolvidas no município. Terá sob sua
responsabilidade os convênios e a
captação de recursos, além da gestão da economia da
cultura.
Convênios e Captação de Recursos – compreende a elaboração e
acompanhamento de editais, convênios e parcerias com a
finalidade de
distribuir recursos públicos e privados nas mais variadas
áreas, bem como a
captação de novos recursos.
Economia da Cultura – responsável por executar ações de
fomento e difusão
geradoras de renda que estejam ligadas de maneira
horizontal, vertical e
transversal à área cultural, caracterizando-se por buscar
a sustentabilidade
econômica, via turismo cultural, artesanato, etc.
Divisão de
Formação –
Responsável pelos programas de iniciação e formação nas
diversas linguagens artísticas, também responderá pelas
ações formativas em prol da
valorização e respeito às identidades.
Escolas de Artes – responsável pela gestão dos espaços
físicos destinados à
formação de novos artistas e aprimoramento profissional
dos agentes que
atuam nos diversos segmentos culturais, dentro das
diretrizes de uso definidas
pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais.
Ações Pró Diversidade – deverá executar ações de formação
relativas ao
resgate, fortalecimento e valorização das identidades,
exercitando o respeito às
diversidades, seja em relação à cultura indígena nativa,
afro-descendente,
imigrantes e suas variadas tradições culturais, além de
promover e/ou criar
caso se faça necessário centros culturais voltados à
preservação.
DEPARTAMENTO
DE PATRIMÔNIO CULTURAL
Deverá elaborar e planejar políticas públicas relativas à
preservação do patrimônio
cultural, material e imaterial, do município. Sob sua
responsabilidade estão a Divisão
de Preservação do Patrimônio Histórico, a Divisão de
Museus e a Divisão de Arquivos.
Divisão de
Bens Culturais – será
responsável por programar e executar as
atividades administrativas relativas ao tombamento,
restauro e cadastramento do
patrimônio cultural, histórico, artístico, arqueológico e
turístico de Araçatuba, além de
ser diretamente responsável pelos equipamentos de difusão
da política pública da
Secretaria Municipal de Cultura e também pela coordenação
dos trabalhos dos
agentes ligados à operação e manutenção dos teatros,
bibliotecas, centros culturais e
demais propriedades imóveis voltadas à atividade
cultural, sendo que tais agentes
devem ter aptidão e qualificação técnica.
Divisão de
Museus – será
responsável pela implantação e coordenação do Sistema
Municipal de Museus, pelo plano diretor e pelos projetos
museológicos e
museográficos dos museus sob sua responsabilidade: Museu
Histórico e Pedagógico
Marechal Rondon, o futuro Museu de Imagem e Som, MAAP,
Museu de Arte Infanto-
Juvenil, o futuro Museu Tião Carreiro e Museu do
Ferroviário, além de outras possíveis
unidades que venham a ser criadas.
Subordinado diretamente à Divisão de Museus, o curador de
cada museu executará o
plano museológico e museográfico definido pela Diretoria
de Patrimônio Cultural e pela
Divisão de Museus, e realizará a gestão física do
equipamento cultural sob sua
responsabilidade.
Divisão de
Arquivo Público e Histórico Municipal –
Será responsável pela gestão
sistêmica dos documentos. Caberá a esta divisão a
integração metódica dos arquivos
públicos do município, homogeneizando procedimentos e
rotinas em todas as
Secretarias Municipais. Sob sua responsabilidade direta
estará o Arquivo Histórico e
também a Hemeroteca, que deverá abrigar acervos dos
jornais e periódicos já
existentes no município, com o registro histórico não
apenas de atos oficiais, mas da
própria história da cidade.
Pesquisa e Catalogação – será responsável pelo arquivo
permanente do
município de Araçatuba, recolhendo, descrevendo,
elaborando inventários e
expondo-os à consulta pública; levando em conta que há
prioridade para os
documentos que apresentem maior risco de perda ou
deterioração.
DEPARTAMENTO
ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
Terá a responsabilidade de planejar, coordenar e orientar
as ações desenvolvidas
pelos Recursos Humanos e de Gerenciamento administrativo
e custo operacional.
Gerenciamento de Pessoal – Deverá executar as ações de
registro, controle
e acompanhamento dos Recursos Humanos da Secretaria da
Cultura. A ele
estarão diretamente subordinados servidores municipais
para a prestação de
serviços gerais e monitores.
Gerenciamento e Administração de Custo
Operacional – Deverá
controlar
receitas e despesas da Secretaria Municipal da Cultura
junto à Secretaria da
Fazenda e auxiliar no controle da movimentação do Fundo
Municipal de Apoio
à Cultura.
Gestão Financeira de Projetos – Deverá controlar a parte financeira
e
econômica dos projetos da Secretaria Municipal da
Cultura, bem como elaborar
planilha de custos, realizar orçamentos e prestar contas
de projetos.
4.3
Avaliações e Projetos
4.3.1
Literatura e Bibliotecas
Além da solução para a questão legal que envolve o prédio
da Biblioteca Municipal
Rubens do Amaral, é preciso que a cidade receba uma rede
de bibliotecas públicas
que possibilitem acesso mais fácil aos moradores dos
vários bairros da cidade.
Pelo menos quatro novas unidades descentralizadas devem
ser implantadas,
32
distribuídas em locais estratégicos e de fácil acesso,
como forma de garantir
avizinhação à informação.
E todas as unidades devem ser informatizadas, adequadas
às exigências de
acessibilidade e possuir ligação com a rede mundial de
computadores, dotadas de
terminais que possibilitem o trânsito aos sítios de
internet de caráter educativo e
também aos serviços de correio eletrônico, como forma de
promover a inserção de
todo cidadão ao mundo da informática e da internet
(inclusão digital).
A parceria com a Academia Araçatubense de Letras e com o
núcleo da União
Brasileira de Escritores deve ser estimulada e igualmente
deverá ser mantido o
Concurso Internacional de Contos e a Semana da
Literatura.
4.3.2
Artesanato
O número de pessoas habilitadas a trabalhar com o
artesanato em Araçatuba é
expressivo. Existem pelo menos três entidades que agregam
tais profissionais, mas o
setor carece, ainda, de organização, de forma a promover
a produção, divulgação e
comercialização e incentivar o surgimento de novos
artesãos.
A criação recente da Casa do Artesão, por iniciativa da
Associação Comercial e
Industrial de Araçatuba (ACIA) é um grande passo para
garantir a estruturação do
segmento e incentivar melhor organização individual do
artesão.
A parceria com a SUTACO (órgão do governo do Estado
destinado à preparação e
capacitação do artesão) deve ser implementada e, na
medida do possível, ampliada,
como forma de profissionalizar o artesão local e transformá-lo
em comerciante cultural,
gerando novos atrativos e renda para o município.
4.3.3
Música
Atualmente, três projetos musicais são mantidos pela SMC
em Araçatuba: o Projeto
Guri (iniciação musical, em convênio com a Secretaria de
Estado da Cultura); a
Orquestra Municipal de Sopros e a Fanfarra Municipal
(FAMA).
A FAMA conta com apoio do Grupo Reunidas, enquanto a
Orquestra Municipal de
Sopros, tanto quanto sabido hoje, é totalmente mantida
pelo município.
No entanto, apenas o Projeto Guri busca formar os alunos
atendidos, ainda assim em
nível inicial.
Não há, em Araçatuba, uma escola municipal de música,
capaz de captar novos
talentos e auxiliá-los em sua evolução. Tal tarefa está
entregue à iniciativa privada,
aos vários conservatórios existentes no município, muitos
deles tradicionalíssimos,
como o “Heitor Villa Lobos” e o Santa Cecília.
Até mesmo concursos de piano e canto, como o “Concurso
Nacional de Piano, Canto
e Música Cidade de Araçatuba” (Conservatório Heitor Villa
Lobos), realizado durante
duas décadas (pelo menos), simplesmente acabaram, por
falta de apoio oficial e
estrutura física para recebê-lo.
O concurso “Paulo Giovannini” também perdeu espaço na
programação cultural da
cidade.
Desta sorte, a música araçatubense sobrevive da
iniciativa de seus artistas.
Iniciativas independentes resultaram na divulgação da
cidade através de grupos
expressivos de música popular.
Até mesmo a Camerata Araçatuba está inativa, deixando de
difundir a música erudita.
A criação de uma Escola Municipal de Música é essencial
para dar sustentabilidade à
tradição musical da cidade, que já contou e conta com
talentos inquestionáveis. Este
deve ser o primeiro passo para a tão cogitada – em tempos
idos – Orquestra Sinfônica
da cidade.
E a retomada do apoio oficial a tradicionais concursos de
piano e canto pode
revitalizar o segmento da formação de novos talentos.
A exemplo do que pode acontecer com a criação de festival
de música popular
brasileira, erudita e até mesmo de música de raiz (uma
vez que a cidade tem larga
tradição neste segmento) poderá vir a revitalizar todo o
quadro relacionado à musica e
ao encontro dos anseios de formação de novos talentos.
4.3.4
Artes Cênicas (Teatro, Dança, Ópera e Circo)
As artes cênicas apresentam uma das melhores estruturas
no município.
No Teatro, a ASSOCIATA desenvolve o trabalho de aglutinar
os artistas do setor, de
Araçatuba e região, visando a implementação da montagem
de peças e o
desenvolvimento da arte de cada um.
Outra iniciativa é o Festara – Festival de Teatro de
Araçatuba. Em 2009, tal iniciativa
alcançou reconhecimento internacional, quando da
participação de um grupo teatral
português. Em 2010, no entanto, o investimento público
regrediu e, com isso, o festival
deixou de alcançar o novo patamar a que se havia
desenhado.
Graças ao esforço de seus organizadores, ele aconteceu,
mas em proporção menor
que a edição anterior, deixando de atender os anseios de
um público em formação,
que começava a fruir as apresentações teatrais.
Ressalte-se, também, a reabilitação do tradicional Teatro
da Associação Cultural Nipo-
Brasileira de Araçatuba, importante espaço cultural dos
anos 70 e 80 na cidade.
A Mostra de Esquetes da ASSOCIATA é outra iniciativa que
auxilia na resistência do
segmento.
Na Dança, Araçatuba caminha para formalização da única
Associação de Academias
Dança conhecida no país, como bem frisou Marika Gidalli,
grande dama do Ballet
brasileiro.
Por iniciativa de tal associação, junto à Secretaria
Municipal da Cultura, foi criado o
Dança Araçatuba, que trouxe à cidade, por dois anos
consecutivos, as principais
companhias de dança do país, como o Ballet Stagium e a
Companhia de Dança Cisne
Negro.
A divulgação do trabalho de academias de dança da cidade
e até mesmo da região,
em suas duas edições, é o ponto fundamental do festival.
Ambos os eventos (Festara e Dança Araçatuba) atingem
objetivos reais de difusão
cultural, pois contam com oficinas e workshops, além dos
espetáculos propriamente
ditos.
No entanto, o apoio oficial praticamente deixa de existir
em 2011, com a drástica
redução da dotação orçamentária da Secretaria de Cultura.
Outra iniciativa que carece de ampliação pelos
importantes objetivos culturais e sociais
que a marcam é o Ballet Municipal. Tímido e centralizado,
em seu início, o ballet
sofreu ampliação em 2010, passando a ser descentralizado
e atendendo
aproximadamente 350 crianças, através da licitação global
do projeto.
É recomendável que tal projeto não apenas seja mantido,
mas também ampliado, para
que atinja uma faixa maior da população, cumprindo sua
característica de difundir-se
culturalmente nas camadas mais carentes da população.
Já a arte circense é praticamente inexistente no
município. Não há escola ou grupos
organizados que a divulguem ou que ministrem aulas
específicas, carecendo de
implementação desde o mais básico patamar.
Em todos os segmentos das Artes Cênicas, a carência de
espaço público específico e
adequado é o grande trauma da cidade. Sem teatros
públicos em condições de abrigar
as iniciativas já listadas, a dependência de cronograma e
outros acordos com os
espaços da iniciativa privada é um grande empecilho à
apresentação e difusão, tanto
dos projetos já organizados e realizáveis como daqueles
que possam vir a ser
implementados.
4.3.5
Artes Visuais
As Artes Visuais estão abandonadas, em Araçatuba, a
despeito do rico material
humano existente na cidade.
Nem mesmo a recente ativação do MAAP alcançou capacidade
para revitalizar o
setor. A iniciativa municipal demonstrou ser tímida
diante do oferecimento dos ateliers
particulares e das oficinas promovidas Secretaria de
Estado da Cultura, através da
Oficina Cultural Silvio Russo.
Até mesmo o Museu de Arte Infanto-Juvenil (primeiro do
gênero no Estado) encontrase
em situação precária.
A falta de espaço físico adequado para armazenamento e
manutenção de um acervo
municipal é outro ponto crítico.
Com relação às exposições, a falta de espaço foi
minimizada pela inauguração do
MAAP, anexo ao prédio do Teatro Castro Alves, na Casa da
Cultura.
A organização dos artistas locais é outro problema para o
desenvolvimento deste
segmento.
Não há catalogação, incentivo, entidade representativa,
projetos de fomento. A
comercialização de obras é ainda muito restrita.
A mostra Olhar Arte, realizada em 2009, embora realizada
em condições inadequadas
de espaço físico, alcançou o objetivo principal de
mostrar parte da produção local. Foi
uma iniciativa que agregou vários segmentos artísticos,
ancorada nas Artes Visuais.
Em 2010, o evento não aconteceu, também por falta de
dotação orçamentária,
incorrendo em perda de mais esta oportunidade da
continuidade de divulgação dos
artistas locais.
A criação de uma Escola Municipal de Artes Visuais (ou
Belas Artes, como
tradicionalmente seria chamada) seria o caminho natural
para estimular a ancorar
outros projetos que auxiliassem a formar de novos
artistas, aglutinar o segmento local
e regionalmente, como também serviria para a divulgação
de seus trabalhos. A volta
de salões de artes também poderia auxiliar na alavancagem
do segmento.
Dentro do segmento de Artes Visuais, Araçatuba registra
um grande número de
fotógrafos profissionais que, se vendo obrigados a mirar
apenas o lado comercial da
atividade, carecem, na atualidade, de incentivo no que
tange o aspecto artístico da
profissão. É, portanto, imperativo que se promova a
realização de cursos, oficinas,
workshops e demais atividades que possibilitem a
transformação do trabalho de tais
profissionais em algo a valorizar-se e a difundir-se em
espaço adequado ao talento
que é sabido existir na cidade, além da realização de
concursos fotográficos, unindo
assim talento e registro visual da própria cidade.
4.3.6
Audiovisual
A produção audiovisual araçatubense é totalmente
independente do poder público.
Não há programa de estímulo à produção, tampouco oficinas
e/ou cursos que
possibilitem o surgimento de novos profissionais.
Também não há qualquer concurso ou mostra que favoreça o
contato do grande
público com a produção dos artistas da cidade que atuam
neste segmento.
A implantação de oficinas permanentes ou de uma semana de
mostra audiovisual é
necessidade premente, como forma de alavancar a produção
do setor e reconhecer e
incentivar os artistas locais.
A existência de um museu ligado à produção fonográfica e
de rádio, implantado de
maneira ainda que precária no espaço utilizado pelo
Salesiano na área da UNA –
Universidade Aberta da Terceira Idade é motivo de
preocupação. Seu acervo, reunido
pelo professor, músico e radialista Alcides Mazzini,
carece de tombamento como
patrimônio público e para que possa receber a atenção, a
divulgação e manutenção
necessária.
4.3.7
Cultura Popular
Cidade onde o gênero música sertaneja seja talvez o
preferido pela maioria da
população, Araçatuba é plena em exibição e produção de
música de raiz, com grandes
violeiros ainda em atividade, e um rico acervo de Tião
Carreiro à espera da instalação
efetiva do Museu Tião Carreiro.
Mas grupos de Folias de Reis carecem de amplo amparo do
poder público, para que a
tradição seja mantida e repassada às novas gerações.
O Ponto do Peão, recentemente implantado no Recinto de
Exposições Clibas de
Almeida Prado é outro fator a carecer de apoio oficial,
como forma de resgatar a
tradição das comitivas – que ainda se mostram bastante
atentas à tradição,
especialmente à época da Exposição Agropecuária.
A retomada da encenação da Via Crucis, durante a Semana
Santa, é fator importante
para manter vivo o elo da cultura popular/religiosa com
as novas gerações.
Seria interessante poder resgatar o Presépio Vivo, que
poucas vezes foi encenado na
cidade, em paralelo à montagem do presépio de imagens que
normalmente tem sido
exibido no Calçadão do centro comercial da cidade, além
da valorização e
manutenção da mostra de presépios realizada pelo Museu
Marechal Rondon.
A Secretaria Municipal de Cultura deverá acolher a
cultura popular urbana, como
grafiteiros, hip-hop e outras manifestações da cultura de
rua, classificando tais
trabalhos como artísticos.
4.3.8
Diversidade
As iniciativas de implementação de calendário cultural
que contemplem a diversidade
que caracteriza a identidade do araçatubense são poucas
e, em sua maioria, partem
da iniciativa privada: grupos e colônias aqui instalados.
O Festival do Bon Odori, tradição da colônia japonesa,
congrega representantes de
toda a região e de distantes localidades do Estado, numa
manifestação que se
fortalece ano a ano, deve receber maior apoio do poder
público.
Assim como a Semana da Consciência Negra poderá ganhar
novo impulso, se além
de apresentar shows musicais ou pequenas palestras,
houver o estímulo
governamental para partir para iniciativas mais amplas,
como a apresentação da
cultura afro-brasileira em sua manifestação religiosa, e
seus cantos típicos e bater dos
atabaques dos terreiros encenados de maneira teatral.
Devem ser implementadas festas típicas das diversas
colônias de imigrantes que
fazem parte da história da cidade, como forma de a
população ver ampliado o acesso
e o conhecimento das tradições e folclore dos povos que
formam Araçatuba.
4.3.9
Carnaval
Araçatuba conta, hoje, com quatro escolas de samba
(apontadas como primeiro grupo
ou grupo principal), além de outras em processo de
formação. Conta, também, com a
Associação das Escolas de Samba de Araçatuba (ASSESA),
entidade que está sendo
estruturada para administrar o carnaval de rua da cidade.
Registre-se que no ano de 2011, o carnaval de rua não
aconteceu por decisão do
Poder Executivo, foram promovidos tão somente bailes
públicos de salão e concurso
de fantasias, samba enredo, rei Momo e rainha do
carnaval.
Desta forma, Araçatuba vive, nos dias atuais, um processo
de transição, com o
carnaval de rua migrando do Poder Público para a
associação das escolas de samba,
em que pese parte do financiamento ficar a cargo da
Prefeitura. Tal processo pode
representar melhorias na realização da festa, através da
captação de recursos junto à
iniciativa privada, o que pode contribuir para o aumento
substancial no nível de
investimento. O processo de transição está em andamento,
e é preciso se fixar o local
dos desfiles do carnaval de rua (sambódromo), garantir a
criação da Escola
Araçatubense de Carnaval que visará capacitar os membros
das escolas em todos os
quesitos requeridos para um desfile (conforme as regras
definidas pelas Ligas de
Escolas de Samba dos grandes centros), profissionalizando
designers de fantasia e
adereços, costureiras, construtores de carros alegóricos
e demais estruturas,
carnavalescos e demais unidades pertinentes, como fator
de aperfeiçoamento de mão
de obra, geração de emprego e renda e inserção social.
5.
Gestão Financeira
5.1
Realidade financeira da Secretaria Municipal da Cultura
A realidade financeira da Secretaria Municipal da Cultura
pode ser definida como
preocupante, em função da redução da dotação orçamentária
para 2011.
Igualmente a manutenção dos equipamentos públicos de
Cultura está comprometida,
com a dotação orçamentária fixada pelo Executivo e
aprovada pela Câmara dos
Vereadores.
Como agravante, o fato de as leis que implementam o
Sistema Municipal de Cultura
foram remetidas à apreciação dos vereadores e ainda não
votadas, o que não
possibilita a imediata implementação do Sistema.
5.2
Percentual ideal
Sem que se negue importância a qualquer outra área da
administração pública, e
tampouco se renegue a necessidade premente de dotar o
município da infraestrutura
adequada ao bem estar do cidadão, é imperativo que o
Poder Público reveja os
percentuais destinados à Secretaria Municipal de Cultura dentro
de cada Orçamento
anual.
O setor vem pleiteando, há pelo menos três eleições
seguidas, o comprometimento de
todos os candidatos com o repasse de 2% (dois por cento)
do orçamento para a SMC.
Mesmo com o compromisso público assumido, nenhum
candidato eleito, até o
momento, cumpriu com a palavra empenhada junto ao setor
cultural.
Hoje, a redução no orçamento da pasta é contundente.
Para que se cumpra o presente PMC, propõe-se a elevação
gradativa do percentual
destinado à Cultura, conforme exposto a seguir:
2012
– 2%
a
partir de 2013 – elevação gradual deste percentual, proporcional à evolução
da arrecadação municipal.
Frise-se que os 2% aqui apontados são o patamar mínimo
necessário para a
viabilização de uma política municipal de Cultura
razoável e viável, e o aumento
gradual desse percentual se dará de acordo com o
desenvolvimento cultural e
orçamentário do município.
Saliente-se, ainda, que o orçamento da Secretaria
Municipal da Cultura em nenhum
momento se confunde com a verba do Fundo Municipal de
Cultura.
6.
Regulamentação do Sistema Municipal de Cultura
Por definição do próprio MinC, “O Sistema Nacional de
Cultura é um modelo de gestão
e promoção conjunta de políticas públicas de Cultura,
pactuadas entre os entes da
Federação e a sociedade civil, que tem como órgão gestor
e coordenador o Ministério
da Cultura em âmbito nacional, as secretarias
estaduais/distrital e municipais de
cultura ou equivalentes em seu âmbito de atuação, configurando
desse modo, a
direção em cada esfera de governo”.
Assim, é possível afirmar que sua base é a mesma que dá
sustentação a todo
processo político: o município.
É nele que vive o cidadão e é nele que se devem iniciar
as políticas públicas.
Dessa forma, o Sistema Municipal de Cultura nasce com a
missão de traduzir o anseio
popular no que diz respeito à Cultura e, indo além, com a
missão de consolidar o
preceito constitucional que assegura o acesso amplo e
irrestrito de todo cidadão à
produção cultural e seus direitos de igualmente produzir
Cultura.
A grande meta do SNC é “implementar uma política pública
de cultura democrática e
permanente, visando o desenvolvimento do setor, com pleno
exercício dos direitos e
acesso às fontes da cultura nacional”.
Para tanto, o MinC estabeleceu metas a serem cumpridas
pelos municípios,
especialmente no que diz respeito à legislação e criação
de organismos capazes de
democratizar a gestão da Cultura. São elas:
a) um órgão independente, preferencialmente uma Secretaria
Municipal à
frente da gestão cultural, com orçamento próprio;
b) um Fundo Pró-Cultura para a gestão financeira;
c) um Conselho Municipal de Cultura;
d) um Plano Municipal de Cultura e
e) a realização da Conferência Municipal de Cultura.
Araçatuba, até o momento em que se redige o presente PMC,
cumpriu parte das
metas, com a Secretaria Municipal da Cultura com
orçamento próprio, o Conselho
Municipal de Políticas Culturais e a realização de sua
Conferência Municipal de
Cultura.
Indo além e atendendo solicitação explícita da Regional
do MinC em São Paulo,
Araçatuba organizou uma Conferência Intermunicipal de
Cultura, para atender
municípios menores que não apresentavam condições
imediatas para a realização de
suas conferências – cumprindo, desta forma, sua
característica de sede de região
político-administrativa.
Os anteprojetos das leis básicas do Sistema Municipal de
Cultura – que propõem a
criação e/ou implantação do Fundo Municipal de Apoio à
Cultura, Incentivo Municipal à
Cultura e especificamente a implantação do Sistema
Municipal de Cultura – estão
prontos, elaborados pelo Conselho Municipal de Políticas
Culturais de Araçatuba e
entregues ao chefe do Executivo em 13 de julho de 2009.
Encaminhadas à Câmara
dos Vereadores de forma individual, tais leis agora estão
sob apreciação do
Legislação, para votação, aprovação e posterior sanção do
prefeito municipal.
Também foram iniciadas as tratativas para a assinatura do
Acordo de Cooperação
Federativo – primeiro passo para que o município,
cumpridas as exigências básicas do
MinC, possa inserir-se no Sistema Nacional de Cultura.
É imprescindível, neste momento, lembrar que o MinC
estabelece: “Dentro desta
concepção, o Acordo de Cooperação Federativa, a ser
pactuado entre União e os
estados e municípios, prevê que nos Planos de Trabalho
essas particularidades locais
sejam consideradas e estabelece um período de transição (até o
final de 2011) [grifo
nosso] para a criação dos principais
elementos do Sistema ou a readequação dos que
já existem, nas respectivas esferas governamentais”.
Portanto, a implantação do Sistema Municipal de Cultura
deve estar consumada até o
final do corrente ano, sob pena de Araçatuba ver-se ainda
uma vez alijada das
políticas públicas de Cultura e isolada no ostracismo no
qual vem definhando há
décadas apesar dos esforços de seus artistas e agentes
culturais em resistir a
tamanho descaso político.
7.
Futuro possível
7.1
Programa de Editais
Este PMC cria o Programa de Editais da Secretaria
Municipal de Cultura com o
objetivo de garantir o incentivo à produção cultural da
sociedade civil, conforme edital
a ser elaborado, anualmente, em parceria com o Conselho
Municipal de Políticas
Culturais de Araçatuba - CMPCA.
A Prefeitura Municipal se compromete ao repasse de verbas
equivalentes a 2% (dois
por cento) do orçamento à SMC, além dos valores fixados
em lei para o Fundo
Municipal de Apoio à Cultura e os limites estabelecidos
para o Incentivo Municipal à
Cultura.
7.2 Ações
com a comunidade civil
A partir deste PMC, a Secretaria Municipal da Cultura
criará os mecanismos legais e
os instrumentos operacionais para consolidar seu papel
prioritário de entidade
fomentadora. A sociedade civil deverá ser reconhecida
como protagonista do processo
cultural.
7.3
Programas estratégicos
7.3.1
Difusão da produção cultural permanente
A difusão da produção cultural é uma ação importante da
Secretaria da Cultura, pois
garante a visibilidade das atividades mantidas pela
pasta. Ampliar essa difusão é meta
primordial. São necessárias revisões de estratégia e
consolidação da comunidade
cultural enquanto gestora das propostas mantidas até o
momento pela Secretaria da
Cultura.
Neste sentido, este PMC defende que a Secretaria da
Cultura deve agir, na sua
essência, como fomentadora na sua essência e que todas as
combinações de
trabalhos conjuntos com os demais órgãos da gestão
municipal e entidades civis
devam ser tentadas para que as ações culturais tenham nas
suas bases o cidadão
como condutor do processo, possibilitando assim a
ampliação das propostas, a
profissionalização dos projetos e dos envolvidos, a
oxigenação intelectual das
iniciativas, a diversidade de conteúdos estéticos, a
pluralidade de gestores.
Para que tal meta seja atingida, é imprescindível o
respeito à Lei 7152, de 31/08/2009,
que criou o Conselho Municipal de Políticas Culturais de
Araçatuba. Seu caráter
deliberativo e suas Câmaras Temáticas são essenciais ao
sucesso da política de
editais proposta no Sistema Municipal de Cultura.
7.3.2
Ações da Secretaria da Cultura
Apresentamos, a seguir, ações a serem implementadas ao
longo dos próximos anos,
de forma a promover a difusão cultural e assegurar, a
todo e qualquer cidadão, o
direito à fruição dos bens culturais produzidos no
município de Araçatuba.
Artes
Visuais (Artes Plásticas, Artes Digitais, Artesanato e Fotografia)
- Galeria
de Arte a Céu Aberto
Os artistas plásticos deverão contar com infraestrutura
para que possam expor e
comercializar suas obras na Praça Ruy Barbosa,
aproximando o artista plástico e obra
do público e oferecendo mais uma opção de lazer cultural
à população. Uma
programação paralela deverá incluir apresentações de
outras manifestações culturais,
além de exposições de Numismática e Filatelia. O evento
deve, ainda, contar com o
auxílio das demais secretarias municipais que possam ser
envolvidas no projeto, como
a de Segurança Pública e de Obras. À Secretaria Municipal
da Cultura também caberá
o fornecimento de monitores capacitados que ficarão à
disposição do público.
Objetivo: promover a ampla divulgação das
artes visuais no município,
aproximando os artistas do cidadão comum. Fazer com que
este tome contato mais
efetivo com a Arte, aprendendo a apreciá-la pela chance
de conhecer de perto o
artista e aprender com este a “olhar” a obra de arte. Tal
política pública de Cultura pelo
contato com outras manifestações culturais, desconhecidas
do grande público, como
colecionar selos, moedas e papel moeda, promove a
ampliação do saber cidadão e
promove a inserção social, pois passa a estimular a
vivência do mundo das artes, do
qual normalmente está alijado.
- Feira de
Artesanato
Com grande variedade de produtos feitos por artesãos, a
feira deve ser itinerante,
hospedando-se em diversas praças da cidade, o que
possibilitará não apenas a
aproximação dos artesãos da comunidade de menor acesso
aos eventos culturais dos
artesãos, como também abrirá caminho para o incremento da
comercialização do
material produzido pelos profissionais. Há que se cuidar,
no entanto, para que o
material exposto e comercializado seja verdadeiramente
artesanal, de forma a se
evitar possíveis “atravessadores” que comercializem
produtos industrializados.
Objetivo:
Difundir, mais e
melhor, a produção dos artesãos locais, visando a
profissionalização do setor e sua melhor caracterização e
identificação com a cidade,
a partir de temas típicos do município. Também favorecer
a economia da Cultura,
gerando renda para os profissionais do segmento e, em
última instância, arrecadação
para o município.
- Papo cabeça
Ao invés de propiciar a convivência com artistas apenas
por meio de aberturas de
eventos, a idéia é se promovam encontros semanais com
artistas de todos os
segmentos, ocasião em que estes falarão sobre o fazer
arte, mostra dos trabalhos por
eles executados, materiais utilizados (inclusive com a
demonstração prática das
respectivas técnicas), etc. A conversa pode acontecer
diariamente. Em caso de
grande número de artistas participantes, sugere-se a
alternância dos mesmos.
Objetivo:
Tal política pública
visa possibilitar a aproximação entre o cidadão
comum e os produtores de arte, de forma a promover o
surgimento de novos talentos
e auxiliar na ampliação do conhecimento da população e na
consolidação da
cidadania.
- Projeto
Acervo Permanente
O objetivo principal é capacitar monitores fixos e
voluntários, de forma a dotar o
município de uma equipe treinada para receber visitantes
das exposições que deverão
acontecer ao longo do ano, seja na sala de exposições
anexa ao Teatro Castro Alves
(MAAP), seja nas mostras do projeto Arte a Céu Aberto.
Artistas e professores de Artes Plásticas podem atuar
como orientadores na formação
de tais equipes, inclusive compô-las.
Simultaneamente, deve ser desenvolvido um esforço, por
parte do município, com
vistas a angariar obras representativas de seus artistas,
para compor o Acervo
Municipal Permanente, a ser exposto através do sistema de
rodízio, na sala do MAAP.
Objetivo:
Além da capacitação
profissional, tal política pública possibilitará a
divulgação das obras de propriedade do município,
mostrando não só ao
araçatubense a riqueza que a cidade possui e que a ele
também pertence, mas nele
despertando o sentido de cidadania e identidade cultural.
- MAAP e
Programa de Exposições
A partir da implementação do Museu Araçatubense de Artes
Plásticas (MAAP), é
necessário criar um cronograma de exposições, seja com
artistas araçatubenses
(preferencialmente), seja com artistas regionais,
estaduais e nacionais.
A criação de um Salão de Artes Plásticas deve ser
implementada, como forma de dar
ampla divulgação à produção de artes visuais no município
transformando Araçatuba
na sede regional dessa manifestação cultural.
Objetivo:
Divulgar e valorizar
o trabalho dos artistas plásticos locais e também
de artistas convidados, incentivando, na população, o
gosto pelas artes visuais e a
ampliação de seus conhecimentos gerais, além de promover
a cidadania cultural.
- Ateliê
Municipal de Belas Artes
Araçatuba comporta um ateliê municipal de artes
plásticas, que possa cumprir a
necessária e dupla função de caráter a um tempo artístico
e social.
A primeira função é a de formação de novos artistas (que
demonstrem talento para as
várias modalidades das Artes Visuais e que não tenham
condições de pagar por
cursos particulares). Para isso, o município destinará
espaço físico adequado e todo o
material necessário à iniciação e desenvolvimento desses
novos talentos. A instrução
ficará a cargo de artistas locais que, durante o dia,
ministrarão aulas de História da
Arte e também das mais variadas técnicas utilizadas nas
diversas modalidades das
Artes Visuais.
A segunda função é a de atender os próprios artistas, que
utilizarão o espaço para sua
produção individual, mas de forma aberta à visitação
pública.
Para atender todas as necessidades (de artistas e
alunos), o Ateliê deverá contar
inclusive com forno adequado para a queima de argila e
outros materiais utilizados em
esculturas.
Com isso, o público em geral poderá avaliar a produção
dos artistas araçatubenses,
conhecendo de perto o esforço de cada um na produção de
suas obras, massificando
o conhecimento sobre as diversas fases da criação de uma
obra de arte.
Especial atenção deverá ser dispensada aos integrantes da
Melhor Idade, como forma
de inserção social e estímulo a atividades que
complementem rendas de
aposentadorias e pensões, além de favorecimento às
atividades intelectuais que dão
motivação extra àqueles em idade mais avançada e evitam
sérios problemas de
saúde, caracterizando com perfeição a intersetorialidade
da Cultura, em
complementação ao trabalho desenvolvido por secretarias
municipais como as de
Saúde e Ação Social.
Objetivo:
Formar novas gerações
de artistas, perpetuando técnicas
desenvolvidas pelos profissionais da arte locais e
oferecer a esses artesãos a
oportunidade de usufruir de ateliê devidamente equipado,
possibilitando a
intensificação da produção local. Assim, através da
política pública de criação de um
novo mercado de Arte na cidade, que deve tornar-se
atrativo extra para aqueles que
visitarem Araçatuba, será possível atender não apenas a
demanda dos artistas
araçatubenses, mas também promover a divulgação do
município por meio da
produção gerada, o que favorecerá a economia de cultura.
E também promover a
inserção social, melhoria de renda e prevenção de
condições de saúde dos
integrantes da Melhor Idade.
- Semana
de Fotografia
São inúmeros os fotógrafos araçatubenses que se destacam
em suas áreas de
atuação. O fotojornalismo conta com profissionais
premiados, assim como outros
artistas, em outras áreas desse segmento.
Promover uma Semana de Fotografia servirá para estimular
o surgimento de novos
talentos nessa área e tal iniciativa poderá formar
parceria com entidades afins e
universidades que mantenham cursos afeitos à área.
A realização de um concurso de fotos que registrem
visualmente a cidade e a
promoção de cursos técnicos complementam a Semana de
Fotografia.
Objetivo:
Difundir essa
manifestação cultural, hoje acessível para a população,
em função das facilidades oferecidas pelas inovações
tecnológicas. O trabalho de
fotógrafos profissionais junto ao público, durante a
mostra, é essencial para despertar
o interesse geral e promover o surgimento de novos
talentos nessa área. Como
política pública de Cultura, implementa o aperfeiçoamento
profissional, dentro da
economia da Cultura, gerando mais renda para os cidadãos
e possibilitando maior
arrecadação para o município, além de favorecer o
comércio local, através da
negociação das obras produzidas por esses profissionais.
- Olhar
Arte
A Secretaria Municipal da Cultura deve retomar o projeto
Olhar Arte, com a
característica de exibir ampla mostra de artes visuais,
valorizando a produção do
artista local e promovendo a sua divulgação. O evento
deve ter a duração de pelo
menos uma semana e ser realizado em espaço adequado,
contando, ainda, com
performances e instalações em diferentes pontos da
cidade. Este evento pode ser feito
sob a forma de concurso ou com remuneração para os
artistas participantes. Nos
mesmos moldes daquela realizada em 2009, a mostra contará
com outras
manifestações artísticas, inclusive mostra de cinema.
Objetivo:
Difundir a produção
dos artistas locais, promovendo o contato do
público com o artista e sua obra e possibilitando a
divulgação da cidade como pólo
artístico no interior paulista, além de promover o
incremento da economia da Cultura,
através da comercialização das obras expostas.
-
Artistificação de próprios públicos
Este projeto visa inserir na paisagem urbana do
município, em seus prédios e espaços
públicos, e seus interiores, obras de arte de caráter
perene, produzidas por artistas
locais, preferencialmente obras temáticas, relativas à
história da cidade e seus
personagens.
Objetivo:
Ao mesmo tempo em que
promoverá o embelezamento dos espaços
públicos, haverá a preservação da memória do município.
Como política pública de
Cultura, favorece a divulgação da história local, fazendo
com que o morador
transforme-se efetivamente em cidadão participativo,
através do conhecimento da
cidade em que vive, e também transforma os prédios
públicos em atrações do turismo
cultural, como atrativo extra para os visitantes de
Araçatuba.
- HQ,
Formação & Arte
Em conjunto com a Secretaria de Educação, desenvolver
oficinas de Histórias em
Quadrinhos, como atividade complementar da educação
formal e iniciadora na
linguagem artística.
Objetivo:
Utilizar a arte das
histórias em quadrinhos como atividade
complementar da grade curricular da educação formal das
escolas municipais, ao
mesmo tempo em que se promove a iniciação artística das
crianças atendidas,
incentivando a criatividade e descobrindo novos talentos.
- Casa do
Artesão
A descentralização de atividades de cunho cultural é
objetivo a ser perseguido em
todos os segmentos. Tomando-se como base a criação do
Ateliê Municipal de Belas
Artes, deve ser criada a Casa do Artesão, de caráter
público e preferencialmente na
Praça São Joaquim (pelo fácil acesso), com a missão de
cumprir a necessária e dupla
função a um tempo artístico e social.
A primeira função é a de formação de novos artistas (que
demonstrem talento e que
não tenham condições de pagar por cursos particulares).
Para isso, o município
destinará espaço físico adequado e todo o material
necessário à iniciação e
desenvolvimento desses novos talentos. A instrução ficará
a cargo de artistas locais
que, durante o dia, ministrarão aulas sobre os diversos
materiais e também das mais
variadas técnicas utilizadas na confecção das peças
artesanais.
A segunda função é a de atender os próprios artistas, que
utilizarão o espaço para sua
produção individual, mas de forma aberta à visitação
pública.
Deverá, ainda, privilegiar os artesãos e/ou alunos da
Melhor Idade e crianças em
condição de risco social.
Objetivo:
Formar novas gerações
de artistas, perpetuando técnicas utilizadas
e/ou desenvolvidas pelos profissionais locais e oferecer
a esses artesãos a
oportunidade de usufruir de ateliê devidamente equipado,
possibilitando a
intensificação da produção local. Assim, através da
política pública de criação de um
novo mercado de Arte na cidade, que deve tornar-se
atrativo extra para aqueles que
visitarem Araçatuba, será possível atender não apenas a
demanda dos artistas
araçatubenses, mas também promover a divulgação do
município por meio da
produção gerada, o que favorecerá a economia de cultura.
E também promover a
inserção social, melhoria de renda e prevenção de
condições de saúde e risco social
de seus frequentadores.
Audiovisual
- Criação
do Museu da Imagem e do Som
A rica história do rádio araçatubense carece de resgate e
preservação, dentro das
regras da museologia. A exemplo do trabalho iniciado pelo
músico e radialista Alcides
Mazzini, junto ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium (UniSalesiano) /
Universidade Aberta da Terceira Idade (UNA), que reúne
aparelhos de rádio e de som
de diversas épocas. Encampar tal iniciativa, adequando-a as
exigências técnicas e
abri-la à visitação pública é essencial para a
preservação de parte importante da
história cultural da cidade. À ela deve associar-se o
trabalho de pesquisa desenvolvido
pela Associação Livre dos Músicos de Araçatuba (ALMA),
que tem garimpado material
que reconstitui a história desse segmento em nossa
cidade.
Objetivo:
Resgatar, catalogar e
preservar parte importante da história cultural
do município, oferecendo às novas gerações a chance de
tomar contato com a
evolução tecnológica do segmento de imagem e som, bem
como registrar a
participação de importantes nomes que ainda hoje
representam parte importante da
produção araçatubense neste setor.
- Núcleo
Municipal de Cinema
Araçatuba gera talentos nas mais diversas áreas
culturais, inclusive o cinema. Alguns
documentaristas fazem sucesso e a cidade ignora que são
originários do município.
Tais talentos podem e devem servir de exemplo e estímulo
para cineastas iniciantes
mas, antes disso, é necessário que a cidade reconheça
suas carências e busque
saná-las. A criação do Núcleo Municipal de Cinema é
essencial para isso, oferecendo
cursos e oficinas técnicas voltadas para o segmento e
formando novos profissionais e
incentivando novos talentos, que, a partir daí, podem
inserir-se em novo mercado de
trabalho. Para tanto, faz-se necessário a fixação de
espaço próprio – seja por
construção específica, seja por adequação de espaço
físico já existente – e equipado
de forma a atender todas as necessidades técnicas.
Objetivo:
Estimular o
surgimento de novos talentos na área da cinematografia e
formar novos profissionais para o setor, possibilitando
acesso a novo mercado de
trabalho no município, gerando emprego e renda, além de
favorecendo a abertura de
nova opção turística e cultural, que é a de tornar a
cidade a capital regional do cinema.
- Cine & Debate
Levar o cinema aos bairros mais distantes, cuja população
enfrente maiores
dificuldades em acompanhar as projeções comerciais que hoje
acontecem em
shopping Center, é política pública de cultura de
formação e difusão, além de
formação de público. A divulgação de filmes seguida de
debates que discutam a
temática apresentada contribui para a construção da
cidadania e a inserção social de
vários segmentos da população, ainda não acostumados à
abordagem de grandes
questões sociais feita pelo cinema.
Objetivo:
Divulgar a 7ª Arte,
promovendo o fácil acesso da população menos
favorecida a filmes (especialmente os brasileiros) e à
discussão das temáticas
abordadas, promovendo debates que possibilitem a
compreensão do trabalho dos
artistas do segmento. Como política pública de cultura,
resulta na formação da
cidadania, com a ampliação dos horizontes do público-alvo
na compreensão do mundo
e da cidade em que vive.
- Festival
de Cinema de Araçatuba
A idéia de uma política pública de cultura voltada à
implementação de um núcleo
municipal de cinema conduz à criação de um Festival de
Cinema, algo inédito na
região. Tal iniciativa arregimentará a participação de
profissionais da cidade, do
Estado e quiçá do país, incentivando a formação de
público específico e motivando a
formação de novos técnicos e artistas do segmento.
Objetivo:
Abrir novo campo de
atividade cultural e turística, incentivando o
surgimento de novos talentos e alavancando outros setores
da vida econômica da
cidade.
-
Cineclube Araçatuba
A partir da estrutura física montada para o Núcleo
Municipal de Cinema, deve ser
criado o Cineclube Araçatuba, como forma de difundir os
trabalhos realizados pelo
próprio núcleo e estruturar o núcleo de intercâmbio com
cineastas de outras
localidades, para troca de experiências, exibição de
filmes e demais atividades
complementares à formação de novos talentos (cursos,
workshops, mostras, etc.). O
Cineclube também deve aproximar a população do cinema, em
todos os seus
gêneros, através da exibição periódica, com programação
que privilegie o cinema
nacional, mas não exclua os grandes diretores e as
grandes obras internacionais.
Objetivo:
A exemplo dos projetos
do Núcleo Municipal de Cinema e Cine &
Debate, o objetivo dessa política pública é ampliar o
acesso da população mais
carente a uma das mais importantes expressões artísticas
do mundo moderno,
colaborando para a formação de cidadãos conscientes e
participativos, a partir da
inserção nas grandes questões sociais abordadas pelo
cinema, além de favorecer o
surgimento de novos profissionais.
Artes
Cênicas e Corporais
- Via
Crucis
A tradição da encenação da Paixão e Morte de Jesus deve
ser mantida.
Para tanto, é preciso que haja melhor organização de
roteiro de apresentações, que
devem acontecer ao longo de toda a Semana Santa, por
calendário fixado pela
tradição católica.
A montagem do espetáculo e a infraestrutura necessária à
sua encenação devem
fazer parte do orçamento da Secretaria de Cultura através
de edital específico,
atendendo as regras fixadas em conjunto com o Conselho
Municipal de Políticas
Culturais.
Objetivo:
Manter o costume da
encenação da paixão e morte de Jesus, como
manifestação cultural e não apenas religiosa. A encenação
pode – e deve – promover
rodízio entre seus participantes, de forma a aproveitar
mais e melhor os atores da
cidade. Com tal política, busca-se a divulgação de
manifestação artística que nem
sempre encontra espaço em outros municípios,
transformando-a em atração turísticocultural,
favorecendo a divulgação da cidade e, em última análise,
auxiliando a
economia local pela movimentação turística, além de
oferecer à população local a
oportunidade de acompanhar de perto obra que celebra a
religiosidade típica do
araçatubense.
- Dança
Araçatuba
Após dois anos de realização, o festival mostra excelente
potencial para divulgação da
Dança não apenas no município, mas em todo o Oeste
Paulista. A presença das
principais companhias de dança do país no evento é
atração para o público aficionado
pela dança e também motivo de curiosidade para aqueles
que não têm oportunidade
e/ou acesso a espetáculos deste nível.
As companhias e academias de dança da cidade e região
ganham mais experiência
com a troca de informações e workshops realizados.
Em sua totalidade, o festival forma um público novo, o
que contribui decisivamente
para a difusão cultural. O festival deve constar da grade
de eventos fixos do município,
com apoio irrestrito da Secretaria Municipal da Cultura.
Objetivo:
Formar público
espectador desta arte e promover o surgimento de
novos talentos. Aperfeiçoar os bailarinos que já atuam no
município, de forma a
alavancar o segmento em Araçatuba. Como política pública,
tal evento traz em seu
lastro a idéia de que a popularização das Artes, em suas
mais diversas formas de
manifestação, proporciona a inserção cultural de todo
araçatubense, promove o
crescimento intelectual da população, oferece lazer de
alto nível e incrementa a
política educacional do município.
- Escola Municipal de Bailados
Denominada originariamente Ballet Municipal, a Escola
Municipal de Bailados deve ser
mantida e ampliada, gradativamente, até que a demanda do
município seja suprida,
através da criação de salas nas quatro principais regiões
da cidade (norte, sul, leste e
oeste) e uma sede no centro.
Objetivo:
Formar novos
cidadãos, através da inserção sociocultural e promover
a ampla divulgação desta arte, favorecendo o surgimento
de novos talentos. Como
política pública, a iniciativa é de amplo espectro, pois
insere não apenas
socioculturalmente o araçatubense, como propicia
complemento para a educação
formal, gerando condições para o exercício da plena
cidadania.
- Fórum
Permanente de Música
A criação de um Fórum Permanente de Música permitirá a
ampla discussão das
inovações verificadas neste segmento, bem como a
realização de workshops,
seminários e demais atividades que promovam o
aprimoramento dos profissionais
envolvidos com essa Arte no município, em especial aos
responsáveis pela Escola
Municipal de Bailados. Em consequência, ficará garantida
a permanente evolução das
crianças atendidas pelo projeto, ampliando os ganhos
sociais.
Objetivo:
Aprimorar os
profissionais envolvidos com a formação de novos
cidadãos, através da inserção sociocultural e promover a
ampla divulgação desta arte,
favorecendo o surgimento de novos talentos. Como política
pública, a iniciativa é de
amplo espectro, pois insere não apenas socioculturalmente
o araçatubense, como
propicia complemento para a educação formal, gerando
condições para o exercício da
plena cidadania.
- Balé da Cidade de Araçatuba
Deve ser criado um corpo de baile, este sim intitulado
Balé Municipal. Tal corpo de
baile será composto por alunos que se tenham destacado ao
longo do ano e mostrem
vocação para a dança, independente de frequentar a Escola
Municipal de Bailados. A
escolha dos integrantes deste corpo de baile será feita
através de audição com banca
formada por profissionais da dança, de notório saber,
indicados pelo Conselho
Municipal de Políticas Culturais - CMPCA.
Objetivo:
Política pública de
Cultura que visa formar novos cidadãos, através
da inserção sociocultural, e promover a ampla divulgação
dessa arte, favorecendo o
surgimento de novos talentos e gerando emprego e renda
para o município, além de
outros dividendos com a comercialização de apresentações.
- Dia
Internacional da Dança (29 de abril)
No dia internacional da Dança, deve ser montado
espetáculo com a participação da
Escola Municipal de Bailados, Ballet da Cidade de
Araçatuba, academias e
companhias de dança. O espetáculo deve ser gratuito para
a população e realizado
em parceria com a Associação de Dança de Araçatuba.
Objetivo:
Esta ação de política
pública de Cultura visa divulgar essa arte junto à
população, permitindo que acompanhe de perto o espetáculo
com artistas locais,
favorecendo a formação de público e a inserção cultural.
Além disso, deve tornar-se
mais uma atração turístico-cultural, de forma a estimular
não apenas a participação de
academias e companhias de dança de cidades vizinhas, mas
despertar a atenção
também do público que gosta de dança e tem poucas
oportunidades de acompanhar
tais espetáculos.
- Festara
O Festival de Teatro de Araçatuba deve ser revitalizado.
Depois do patamar atingido
em 2009, quando ensaiou tornar-se internacional, o
Festival registrou uma espécie de
regressão, em 2010. Assim, sua instituição como evento
oficial do município, no mês
de outubro, requer maior investimento público em sua
realização e o incremento das
parcerias já firmadas, além da conquista de outras
tantas, perfeitamente possíveis de
serem celebradas. Sugere-se, inclusive, que se prepare o
festival para duas etapas: a
local, com a apresentação do maior número possível de
peças produzidas por grupos
araçatubenses, e a universal, abrigando grupos oriundos
de outras cidades, estados e
países.
Objetivo:
Divulgar a arte
teatral na cidade, na região e no Estado, revelando o
trabalho dos grupos locais, acrescentando novos valores,
a troca de experiências com
grupos de outras localidades, além da formação de público
e da inserção cultural de
todos os segmentos da população. Tal política cultural
também visa a promoção da
cidade nos mais diversos setores e locais, como palco de
festival importante neste
segmento artístico, transformando o evento em atração
turístico-cultural que
favorecerá a economia da cidade como um todo.
- Escola
Municipal de Teatro
Araçatuba tem inegável tradição teatral e deve abrigar
uma escola municipal capaz de
formar novos atores, diretores e técnicos teatrais,
promovendo a implementação do
segmento e a profissionalização de seus integrantes,
gerando divulgação dessa
manifestação artística do município.
Objetivo:
Formar novos
profissionais no segmento gerando emprego e renda,
fomentando assim o surgimento de público consumidor dessa
arte e cidadãos mais
conscientes, além de promover a divulgação do município
por meio dos espetáculos
que forem montados e comercializados.
- Companhia Municipal de Teatro
A exemplo do Corpo de Baile Municipal, deve ser criada a
Companhia Municipal de
Teatro, composta por alunos e técnicos que se tenham
destacado ao longo do ano e
mostrem vocação para tal atividade, independente de
frequentar a Escola Municipal de
Teatro ou integrarem qualquer outro grupo e/ou companhia
teatral da cidade. A
escolha dos integrantes desta companhia será feita
através de audição com banca
formada por profissionais do segmento, de notório saber,
indicados pelo Conselho
Municipal de Políticas Culturais - CMPCA. A Companhia
Municipal de Teatro deverá
montar um novo espetáculo a cada ano, criando repertório,
dando preferência à
dramaturgia nacional, em especial aos autores locais.
Objetivo:
Política pública de
Cultura que visa formar novos cidadãos, através
da inserção sociocultural, e promover a ampla divulgação
dessa arte, favorecendo o
surgimento de novos talentos e gerando emprego e renda
para o município, além de
outros dividendos com a comercialização de apresentações.
- Teatro
aos Domingos é o Maior Barato
Todos os domingos uma companhia de teatro de Araçatuba
fará apresentações a
preços populares com a finalidade de formação de público
e divulgação do trabalho
dos atores locais. A Secretaria Municipal da Cultura deve
responder pela organização
do calendário de apresentações, cessão do teatro e da
infra-estrutura necessária para
realização do espetáculo e pela ampla divulgação de cada
apresentação (folders,
banners e faixas). A companhia que encenar o espetáculo
terá direito a 100% da
bilheteria.
Objetivo:
Estimular o
surgimento de novos grupos e implementar a manutenção
das companhias já existentes, favorecendo o
amadurecimento artístico de seus
integrantes, além de formar público para espetáculos
teatrais e garantir o direito de
fruição de cultura à população. Tal política pública de
Cultura também serve de apoio
à atração de novos frequentadores, oriundos de cidades
vizinhas, estimulando o
turismo e também favorecendo o comércio local.
- Núcleo
de Formação de Artes Corporais
Criar o Núcleo de Formação de Artes Corporais, com o
objetivo de preparar cidadãos
de todas as idades para práticas corporais que aprimorem
talentos específicos (dança,
teatro, etc.) e melhorem a qualidade de vida do cidadão
(práticas como Tai-Chi-Chuan,
etc.).
Objetivo:
Estimular o
surgimento de novos talentos para as Artes Cênicas em
Geral, que utilizam o corpo em limites avançados, além de
estimular a prática salutar
de exercícios físicos, especialmente por parte de grupos
da Melhor Idade, com
atividades de baixo impacto, como o Tai-Chi-Chuan e
outras práticas milenares,
especialmente aquelas oriundas das culturais orientais.
Tal política pública de Cultura
também serve de apoio às atividades desenvolvidas por
outras secretarias municipais,
como a de Saúde e de Educação.
- Centro
de Tradições Culturais, Populares e Artísticas de Araçatuba
A reativação do Centro de Tradições Culturais propicia o
início da ampliação do
projeto de resgate de um importante espaço físico, com
sua transformação em
equipamento cultural multiuso, destinado à formação e
difusão de manifestações
populares, seja de caráter tradicional, seja de caráter
temporário.
O uso do espaço como centro de tradições permitirá a
manutenção de importantes
manifestações culturais, como a Folia de Reis. Já a sua
utilização como centro de
formação, permitirá a implantação de um Núcleo de
Formação de Arte Circense,
suprindo uma lacuna hoje existente no município, que é a
ausência de formação de
novos artistas do picadeiro. E o Centro suprirá, ainda,
outra carência do município que
é a ausência de espaço adequado para a montagem de circos
que se apresentem na
cidade.
Objetivo:
Promover a
preservação de manifestações culturais tradicionais, ao
mesmo tempo em que se incentiva o surgimento de novos
talentos em áreas carentes,
como as artes circenses, favorecendo a formação de novos
profissionais e
promovendo sua inserção social e profissional, ao
fornecer formação adequada sob
todos os aspectos, além de oferecer melhores condições de
recepção, instalação e
apresentação de espetáculos variados, desde os encontros
de Folias de Reis, até
circos.
Artes
Musicais
- Música na esquina
O projeto tem como principal objetivo inserir a música,
nas suas mais variadas
concepções, na vida rotineira da cidade, para além das
apresentações em barzinhos.
A idéia central é possibilitar apresentações gratuitas em
pontos estratégicos da cidade,
como praças e outros logradouros públicos, sempre com shows
de pequeno porte,
com músicos da cidade e repertório que divulgue as
composições de nossos artistas.
Objetivo:
Promover a
aproximação do público da produção musical
araçatubense, que é riquíssima. O público terá
oportunidade de prestigiar as
composições dos artistas de Araçatuba, tomando contato
com a produção cultural de
maneira mais efetiva. Além de oferecer mais espaços para
a divulgação da produção
cultural local, tal política pública oferece ao cidadão
comum a chance de ampliar sua
identificação com as coisas da cidade. Assim se verá
inserido no contexto social de
maneira ampla e terá estimulada sua ativa participação
nos destinos do município.
- Hora da Seresta
Com um dos melhores grupos de seresta do interior
paulista, a cidade precisa
valorizar tal iniciativa, que se mantém viva graças à
dedicação de seus integrantes. É
possível resgatar esta tradição brasileira, com shows
itinerantes, sempre realizados a
partir do começo da noite e percorrendo algumas quadras
de bairros diferentes,
sempre em consonância com um cronograma previamente
elaborado, visando levar
aos bairros (em favor dos mais distantes e carentes) a
sempre bem-vinda
manifestação cultural.
Objetivo:
Manter a tradição das
serestas e facilitar o surgimento de novos
grupos e/ou artistas do gênero, possibilitando a
perpetuação de hábitos salutares e de
um importante aspecto da cultura musical brasileira. Essa
iniciativa representa
oportunidade de inserção social para o público da Melhor
Idade, que tanto se identifica
com tal manifestação artística. Assim, promove-se e
motiva-se o cidadão dessa faixa
etária para que este, participando mais intensamente da
vida do município, possa se
aproximar ainda mais das questões da cidade e ao mesmo
tempo fazer uso de sua
sabedoria, auxiliando na solução dos problemas comuns.
- Oficina
de Luteria
Durante o ano de 2010, o trabalho desenvolvido pela
família Zago atendendo crianças
do Cemfica e produzindo instrumentos de boa qualidade
sonora alcançou excelente
resultado. Por isso deve ser ampliado para outras
unidades escolares, visando a
formação profissional das crianças e a perpetuação da
arte da criação de instrumentos
musicais, com a inclusão de novos monitores e
aproveitamento dos instrumentos
confeccionados nas oficinas em cursos de iniciação
musical.
Objetivo:
Promover a inserção
social de crianças de várias faixas etárias,
preparando-as para uma nova profissão e, simultaneamente,
perpetuar a arte da
luteria, através da construção de instrumentos de cordas,
da família dos violinos, e
iniciação musical.
- Figueira
da Viola
A ideia é aproveitar o espaço existente ao pé da grande
figueira do Museu Histórico e
Pedagógico “Marechal Rondon”, em horários de maior
movimentação do terminal
rodoviário urbano, para promover a música de raiz, com a
apresentação de violeiros e
duplas caipiras.
Objetivo:
Como política pública
de Cultura, visa promover a integração entre as
diversas manifestações culturais, utilizando o espaço do
museu para a divulgação da
música de raiz e, ao mesmo tempo, propiciar espaço para
os artistas da cidade
mostrarem seu talento. Para o público, será uma
oportunidade de apreciar a música
enquanto aguarda o transporte urbano, o que significa,
ainda, a manutenção da
tradição da música mais ouvida na cidade e região, além
de oferecer lazer de
qualidade.
- Concurso
de marchinhas de carnaval
O projeto visa resgatar a tradição das marchinhas de
carnaval, valorizando
compositores e intérpretes locais. A final do concurso
deve ser transmitida ao vivo por
rádios locais, revivendo a tradição dos tempos áureos do
veículo de comunicação em
Araçatuba. No período que antecede o carnaval, e como
chamamento para a final do
concurso, os grupos que tiverem músicas selecionadas
devem se apresentar em
espaços públicos, divulgando a obra e também motivando a
participação popular. As
músicas classificadas para a final do concurso devem ser
inseridas no repertório dos
bailes populares promovidos pela Secretaria Municipal da
Cultura e disponibilizadas
para os bailes de clubes e associações.
Objetivo:
Como política pública
de Cultura, visa não apenas resgatar os
tradicionais bailes carnavalescos e manter vivo um estilo
próprio de música popular,
mas promover a inserção social de quem não aprecia os
modernos bailes
carnavalescos e não encontra opção de lazer durante esse
período do ano. Também
servirá de base para o turismo regional, sendo capaz de
atrair para a cidade público
específico, que se ressente da falta de carnavais “à moda
antiga”.
- Escola
Municipal de Música
Contando com a Orquestra Municipal de Sopros e com a
premiadíssima Fanfarra
Municipal, Araçatuba comporta uma Escola Municipal de
Música que promova a
iniciação musical e também o aperfeiçoamento dos músicos
que aqui atuam. É viável
a parceria com a ALMA (Associação Livre dos Músicos de
Araçatuba), com os
integrantes da Orquestra Municipal de Sopros e até mesmo
com escolas particulares
de música, visando a iniciação musical do público
infantil como complemento da
educação formal. A utilização de instrumentos de cordas
produzidos nas Oficinas de
Luteria baratearia o custo da implementação dessa Escola
Municipal de Música como
política pública de Cultura e viabilizaria o aprendizado
das crianças menos
favorecidas, estimulando sua inserção sociocultural.
Objetivo:
Promover a inserção
sociocultural do público infantil mais carente,
através da iniciação musical, em parceria com entidades,
escolas particulares de
música, e profissionais que atuam no município.
- Semana
Anual de Música
A ser realizada sempre no período que abranja o dia 1º de
outubro (Dia Mundial da
Música), a Semana Anual da Música deve oferecer aos
participantes palestras,
workshops e demais atividades de formação,
aperfeiçoamento e iniciação (quando
possível) para os artistas locais e regionais.
Objetivo:
Esta política pública
de Cultura visa a formação e difusão desta arte,
como forma de aperfeiçoar os artistas locais,
oferecendo-lhes condições de obter
melhores rendimentos e, consequentemente, gerar emprego e
renda no setor musical
araçatubense, tão rico em talentos. Servirá, também, como
atividade complementar ao
trabalho desenvolvido pela Escola Municipal de Música, de
iniciação artística e
inserção social de crianças de baixa renda.
- Som
& Luz
A Secretaria Municipal de Cultura deverá promover a
renovação periódica dos
equipamentos de som e luz de sua propriedade, utilizados
em eventos promovidos
pela própria SMC ou cedidos a seu critério. Tal renovação
visa a preservação do bem
público, que dá sustentação à fruição da Cultura pela
população ao mesmo tempo em
que auxilia na difusão do trabalho desenvolvido pelos
artistas da cidade. O
aprimoramento e reciclagem dos técnicos que manuseiam
tais equipamentos deve ser
constante, através de cursos, workshops e demais
atividades de aperfeiçoamento
profissional, visando a correta manutenção dos
equipamentos e sua perfeita utilização
durante os eventos, atendendo necessidades de uso,
manutenção e qualidade
artística dos espetáculos em que forem utilizados.
Objetivo:
Oferecer ao
município, cidadãos fruidores da Cultura e artistas locais
equipamentos de qualidade técnica inquestionável,
corretamente manuseados, de
forma a valorizar a difusão cultural, a fruição dos
eventos culturais em que são
utilizados e o aprimoramento profissional dos
funcionários envolvidos com a
manutenção e uso de tais equipamentos.
Artes
Escritas
- Feira do
Livro
Um município que pretende priorizar a Educação e a
inserção social, bem como a
promoção da cidadania, não pode prescindir da realização
da Feira do Livro.
Com a consolidação da Academia Araçatubense de Letras,
verificada ao longo dos
últimos anos, e a implantação de um núcleo regional da
União Brasileira dos
Escritores na cidade, é preciso que a Secretaria
Municipal de Cultura envide esforços
no sentido de promover a Feira do Livro, em parceria com
tais entidades e também
com a Secretaria Municipal da Educação e a Secretaria
Municipal do Turismo, de
forma a incentivar a leitura e formação de um novo
público consumidor de livros em
todas as suas formas – do tradicional: impresso em papel;
ao mais tecnológico: em
edição digital.
Objetivo:
Promover o estímulo
da leitura, da ampliação do conhecimento e do
fomento do mercado literário na cidade; além de criar um
novo marco turístico-cultural
no município.
- Concurso
Internacional de Contos
Transformado em concurso internacional em 2011, o
Concurso de Contos
Cidade de Araçatuba, em sua 24ª edição, carece de
implemento financeiro por parte
do Poder Público, de forma a conceder melhores prêmios
aos seus vencedores. Vale
lembrar que o citado concurso já premiou autores que
vieram a ser premiados por
concursos de reconhecido valor como o Jabuti.
Como forma de ampliar o evento literário, que já se fez
conhecido e reconhecido,
tornando-o ainda mais atraente para escritores de
variados estilos, podemos vir a
transformá-lo em Concurso Internacional de Contos e
Poesia Cidade de Araçatuba.
Objetivo:
Manter o evento
buscando renovação e ampliação, desde que isso
auxilie na projeção da cultura local em projeção nacional
e/ou internacional, atraindo o
interesse dos novos valores para a cidade. Como política
pública de Cultura, a ação
favorece a formação de cidadãos conscientes, difunde o
hábito da leitura, provoca a
vontade da escrita, em complementação ao trabalho
desenvolvido pela Secretaria da
Educação, caracterizando a intersetorialidade cultural.
- Semana
da Literatura
A exemplo do projeto do Concurso Internacional de Contos,
a Semana da Literatura
deve ser mantida e ampliada, visando a difusão, formação
e incentivo à leitura, em
complemento e reforço da educação formal oferecida pela
Secretaria de Educação. A
presença de autores consagrados serve de estímulo ao
surgimento de novos
escritores.
Objetivo:
Valorizar, difundir e
promover a literatura como item essencial à
formação de cidadãos participativos e aprimoramento da
educação formal oferecida
pelas escolas do município são os objetivos desta política
pública de Cultura.
-
Congresso Nacional de Contistas
Em consonância com o Concurso Internacional de Contos e
com a Semana da
Literatura, Araçatuba já comporta a realização de um
Congresso Nacional de
Contistas – ambição de vários escritores do município que
deve ser encampada pela
Secretaria Municipal de Cultura.
Com o concurso de âmbito internacional, a cidade já tem
tradição e motiva contistas
de todo o país, sendo, portanto, consequência natural a
realização de um congresso
nacional, que reúna autores para intercâmbio e traga à
cidade nomes consagrados,
visando a formação de público, o surgimento de novos
escritores e o incentivo à
leitura.
Objetivo:
O objetivo desta
política pública de Cultura é difundir a arte da escrita
entre os jovens e motivar o surgimento de novos autores,
além de complementar a
educação formal oferecida pelas escolas e incentivar a
leitura entre pessoas de todas
as idades, contribuindo para formação de cidadãos mais
participativos.
- Concurso
Municipal do Livro
Cabe ao Poder Público, através da políticas públicas
adotadas, incentivar a formação
da cidadania plena. Nesse contexto, o incentivo à
educação formal não pode ficar
restrito a si mesmo. Tal fato é notoriamente conhecido e
o complemento ideal
reconhecido universalmente é o incentivo à leitura, como
caminho para aquisição de
saber e conscientização. Assim, a criação de um concurso
municipal que premie o
autor de livros inéditos com a publicação de sua obra é
política pública de Cultura que
se insere plenamente na busca da cidadania plena.
Objetivo:
Estabelecer como
política pública de Cultura a busca por novos
autores, estimulando a leitura e a arte da escrita como
formas de inserção social e
conscientização para o exercício pleno da cidadania.
- Escola
Municipal de Escritores
Embora conte com cursos universitários de Letras, o
município pode e deve incentivar
o surgimento de novos autores, contemplando aqueles que
por opção ou necessidade
não seguiram tais cursos.
A exemplo das demais Escolas Municipais propostas neste
PMC, a Escola Municipal
de Escritores deve priorizar o atendimento a cidadãos
desprovidos de recursos para
sustentar um curso universitário. Deve, também, priorizar
a inserção de crianças e
pessoas da Melhor Idade, visando a inclusão sociocultural
de ambos os grupos.
Para sua implantação, a Escola Municipal de Escritores
deve contar com a parceria da
Academia Araçatubense de Letras e atuar de forma
complementar à educação formal
já oferecida pelo Poder Público.
Objetivo:
Esta política pública
visa promover a inserção sociocultural do público
mais carente, através da arte da escrita.
- Pontos
de Leitura
Iniciado recentemente, com a implantação da primeira
unidade na Praça João Pessoa,
o projeto de criação de Pontos de Leitura constitui
política pública de Cultura de longo
alcance, uma vez que disponibiliza livros para lazer e
conhecimento, fomentando a
leitura e incentivando hábitos salutares. Serve ao
intuito de difundir o saber e busca a
complementação do saber formal, seja por dirimir dúvidas
pelo conteúdo de livros
técnicos, seja por incentivar o surgimento de novos
autores, através de romances,
livros de poesia, etc. Esse projeto deve ser
incrementado, visando atingir os
logradouros públicos mais frequentados pela população.
Objetivo:
Difundir o hábito da
leitura, fomentando a aquisição de conhecimento
e ampliando a noção de cidadania e aumentando a
participação de cada munícipe nos
destinos da cidade.
- Casas de
Cultura
A descentralização das atividades de cunho cultural é
essencial para assegurar o
amplo acesso da população à fruição dos bens culturais,
seja como formação, seja
como lazer. A política pública de Cultura deve, portanto,
envidar esforços no sentido
de promover a descentralização dos equipamentos públicos,
com a criação de Casas
de Cultura nas quatro grandes zonas urbanas do município
e, em sendo possível,
também nos grandes aglomerados rurais. A descentralização
deve acontecer pela
construção ou locação de prédios que comportem oficinas,
biblioteca e auditórios que
abriguem espetáculos de pequeno porte.
Objetivo:
Favorecer a difusão e
a formação, através da descentralização das
atividades culturais.
Expressões
folclóricas e populares
- Encontro
de Folias de Reis
Vários municípios da região mantêm a tradição da Folia de
Reis, assim como a própria
Araçatuba.
A promoção de um encontro regional revitalizará a
manifestação folclórica e durante
sua realização oficinas devem ser ministradas, visando a
troca de experiências e
também despertar o interesse da população em geral pela
manutenção desta tradição.
O encontro, com duração de pelo menos dois dias, deve
prever apresentações em
escolas para ilustrar trabalhos de pesquisas com alunos,
igrejas em atividades
religiosas, convenções e eventos com convidados para
apresentação da cultura
popular e trabalhos assistenciais auxiliando entidades
filantrópicas.
O ideal é que tal encontro aconteça entre as duas últimas
semanas do mês de janeiro.
Objetivo:
Manter viva a
tradição da Folia de Reis e transformá-la em atração
turístico-cultural do município, criando mais um atrativo
para os moradores de cidades
da região e também de outros lugares, favorecendo a
economia local e promovendo a
cidade culturalmente.
- Encontro de Catira
Os mesmos princípios e objetivos se aplicam aos grupos de
catira existentes na
cidade e região.
Objetivo:
Manter a tradição da
catira e incentivar o surgimento de novos
grupos, de modo a transformar o encontro em atração
turístico-cultural do município,
criando mais um atrativo para os moradores de cidades da
região e também de outros
lugares, favorecendo a economia local e promovendo a
cidade culturalmente.
- Carnaval
Com larga tradição de carnaval, Araçatuba deve fixar o
local dos desfiles do carnaval
de rua (sambódromo), de forma a oferecer melhor
acomodação ao público e melhores
condições de desfile às agremiações participantes,
preferencialmente sem que
aconteça em vias públicas e sim em local especial, com
instalações de som e luz
adequados.
As regras dos desfiles devem ser fixadas a partir dos
parâmetros já consagrados pelas
ligas de escolas dos grandes centros, que norteiam o
carnaval de escolas de samba
em todo o país.
Também deve ser criada a Escola Araçatubense de Carnaval,
visando capacitar os
membros das escolas em todos os quesitos requeridos para
um desfile,
profissionalizando designers de fantasia e adereços,
costureiras, construtores de
carros alegóricos e demais estruturas, carnavalescos e
demais integrantes das
agremiações.
Junto à Escola Araçatubense de Carnaval, deve ser criado
e mantido o Museu do
Carnaval, reunindo todas as referências à “Festa de Momo”
disponíveis (de
fotografias, artigos de jornais e revistas a fantasias e
adereços utilizados nos desfiles
pelas escolas da cidade) e preservando a memória desta
importante manifestação
cultural do município.
A tradição do carnaval de salão deve ser mantida, com a
especificação de local para a
realização dos bailes municipais e suas matinês e dos
concursos de fantasias, samba
enredo, rei Momo e rainha do Carnaval.
Também deve ser estimulado o surgimento de novas
agremiações, com o requisito
essencial da contrapartida social das escolas e seu
envolvimento com a comunidade.
Objetivo:
Resgatar a tradição
do carnaval de Araçatuba e, simultaneamente,
profissionalizar os agentes do setor, propiciando a
formação de mão de obra
especializada, gerando emprego, renda e inserção social.
- Bon Odori
A colônia japonesa mantém, em Araçatuba, um dos mais
belos templos do Estado e
do país, o que requer uma parceria mais estreita entre o
município e a colônia, para
melhor divulgar esse patrimônio. Nessa mesma linha, o
festival Bon Odori deve ser
inserido no calendário de eventos oficiais do município,
com a efetiva participação da
Secretaria Municipal da Cultura na preparação e
divulgação do evento, estreitando os
laços já existentes.
Objetivo:
Atuar de forma a
difundir a tradição de um dos povos formadores da
cidade, mantendo viva a participação da cultura japonesa
na identidade do
araçatubense. Como política pública de cultura, visa
aglutinar, em torno do evento
realizado no município, o grande número de colônias
japonesas existentes no Estado
de São Paulo e até mesmo em outros integrantes da
Federação, fortalecendo a
presença do município na área do turismo cultural e
realçando a contribuição nipônica
na formação de nosso povo.
- Corpus
Christi
Araçatuba está inserida no rol das cidades que ainda
mantém a tradição de enfeitar as
ruas da cidade para a procissão de Corpus Christi.
A tradicional festa católica é marcada pelo uso de
materiais diversos para desenhar no
asfalto figuras de cunho religioso e de incentivo à
Cultura de Paz, além da inserção
social.
Tal evento deve ser integrado a um calendário oficial de
manifestações culturais
populares, como forma de manter-se a tradição, aprimorar
os artistas e estimular a
continuidade junto às novas gerações.
Objetivo:
Manter a tradição
artística do evento deixando de caracterizá-lo
somente como evento religioso, estimulando a formação de
grupos que se dediquem
ao projeto e montagem dos tapetes feitos com materiais
recicláveis. Desta forma, é
possível gerar outro marco turístico na cidade, atraindo
o público ainda não
conquistado; o que pode gerar mais renda para o
município, além de projetar a cidade
regionalmente e também para todo o Estado.
- Semana
Tião Carreiro
Músico reconhecido como mestre da viola caipira, Tião
Carreiro viveu parte de sua
vida em Araçatuba e em várias oportunidades homenageou a
cidade e moradores
ilustres. Reconhecer a sua importância e preservar a
história de sua passagem pelo
município é necessário e para isso deve ser retomada a
realização da Semana Tião
Carreira (sempre na semana em que caia o dia 15 de
outubro, data de seu
nascimento), com atividades diversas. Entre elas: nas
escolas públicas, promover
pesquisa sobre a biografia e a obra de Tião Carreiro;
pesquisa sobre a viola caipira e
as várias maneiras que é tocada; a culinária típica da
região e o tropeirismo; desfile de
comitivas; catira e a queima do alho – manifestações
típicas que foram cantadas pelo
violeiro.
Objetivo:
Manter as tradições
que marcaram boa parte da vida do município,
incentivando jovens a conhecer a história de importante
músico brasileiro, além de
fomentar a difusão de instrumento típico e de gênero
musical que caracteriza a região,
promovendo o envolvimento de pessoas da Melhor Idade que
vivenciaram o tempo
das comitivas e podem sustentar hábitos e costumes,
repassando-os aos mais jovens,
no processo de inserção e cidadania.
Patrimônio
Cultural
-
Exposições itinerantes
Os museus existentes em Araçatuba devem preparar e
promover exposições
itinerantes sobre como a cidade foi criada, sua história,
de forma a possibilitar que o
cidadão comum conheça melhor a própria cidade, na
consciência plena de sua
identidade como araçatubense nato, ou por opção. Tais
exposições devem se
estender a toda rede de ensino.
Objetivo: tornar de amplo conhecimento público
os acervos dos museus da
cidade, instigando a população a conhecer melhor seu
passado, para melhor pensar
seu futuro. A cidadania se constrói a partir do
autoconhecimento e os museus
desempenham papel fundamental na formação da consciência
cidadã. Atenção
especial deve ser dada às crianças e aos adolescentes,
público-alvo principal do
projeto, visando complementar a educação formal recebida
nas escolas e ampliar o
acesso ao conhecimento.
- Circuito
Cultural
Especialmente durante a época de realização da Feira
Agropecuária e da FeiBio, deve
ser criado um circuito com visitação a pontos turísticos,
históricos e culturais e até
mesmo ao comércio local, como alternativa para o público
visitante. Para tanto, há que
ser desenvolvido um trabalho conjunto entre a Secretaria
Municipal da Cultura, a
Secretaria Municipal de Turismo, a Secretaria de Educação
e as entidades
agregadoras do comércio local, de forma a implementar o
projeto, inclusive por meio
do oferecimento de ônibus exclusivos que percorram o
trajeto entre os pontos a serem
visitados e o Recinto de Exposições Clibas de Almeida
Prado. Tal projeto deve
promover o levantamento e catalogação dos pontos
turísticos, culturais e históricos do
município, inclusive os da zona rural, fixando os
itinerários a serem percorridos.
Parceria com as universidades que mantêm curso de Turismo
deverá auxiliar na
formação de guias capacitados ao fornecimento de
informações históricas e culturais
aos visitantes.
Objetivo:
Promover divulgação
ampla dos atrativos da cidade, para além da
feira agropecuária e da FeiBio. O trabalho conjunto entre
Cultura, Educação e Turismo
é essencial para divulgar pontos turísticos, atrações
históricas e, principalmente, as
atrações culturais do município. Cria-se, assim, um novo
filão a ser explorado
econômica e socialmente, oferecendo novas oportunidades
de emprego, renda e
participação para todos os cidadãos.
- Café com
Cultura
Ao menos uma vez por mês, em sistema de rodízio, os
museus da cidade deverão
promover um café da manhã especial, recebendo o público
com apresentações
culturais, para que acompanhem mostras em exposição no
local. Preferencialmente, o
café da manhã deve oferecer ao público pratos da
culinária típica, sempre em sua
área externa.
Objetivo: Atrair para os museus os cidadãos de
todas as idades, com a
finalidade de desfazer a imagem de que museu é lugar onde
se guardam coisas
velhas. O público-alvo, todo cidadão araçatubense, deverá
ser motivado para
conhecer o acervo de cada museu, os artistas locais e a
produção histórico-cultural do
município, visando criar hábito da visitação aos museus.
Esta iniciativa deve se
estender ao setor turístico do município, favorecendo o
intercâmbio cultural com os
demais municípios.
- Museu da
Viola Caipira “Tião Carreiro”
A implantação definitiva do Museu da Viola Caipira “Tião
Carreiro” é política pública de
Cultura que arrasta consigo diversas vantagens para o
município e seus habitantes.
Tião Carreiro foi mestre violeiro que viveu em Araçatuba,
legando um jeito novo de
tocar esse instrumento que caracteriza gênero musical
apreciado em todo o país.
Contando com acervo considerável e aguardando apenas
local adequação para ser
exposto, a cidade pode tornar-se a capital nacional da
viola caipira, contando a história
desse instrumento musical e preservando importante
aspecto da vida musical
brasileira, valendo-se disso para implementar o turismo.
Objetivo:
Preservar a história
de instrumento que caracteriza gênero musical
tipicamente brasileiro e difundir usos e costumes a ele
ligados, como o tropeirismo, a
culinária típica das comitivas e a moda de viola,
cumprindo as metas de difusão,
inserção e formação, uma vez que representa a manutenção
de patrimônio cultural, a
continuidade de tradição que ajudou na formação do
município e divulgação da própria
cidade.
Identidade
e Diversidade Cultural e datas especiais
- Editais
específicos
Para assegurar o cumprimento das metas fixadas neste PMC,
o primeiro passo é a
elaboração de editais específicos, por parte da
Secretaria Municipal da Cultura. Para
tanto, deve ser seguida a definição fixada pelo
Ministério da Cultura, com a elaboração
de editais para Artes Cênicas (Teatro, Dança, Ópera,
Circo), Audiovisual, Artes
Musicais, Patrimônio, etc.
Objetivo:
Evitar o risco de
privilegiar qualquer manifestação artística em
detrimento de outra, distribuindo equitativamente os
recursos disponíveis e ampliando
a gama de produtos culturais disponibilizados para a
população.
- Redenção
e Reflexão
Poucas são as iniciativas que marcam o 13 de maio, em
comemoração à assinatura
da Lei Áurea.
Por mais que se promovam palestras e eventos afins,
faz-se necessário ampliar o
caráter cultural do evento, de forma a quebrar o estigma
de que tal data é mais cívica
que cultural.
O fim da escravidão pode ser comemorado com apresentações
culturais que retratem
os usos e costumes de origem africana, com uma festa que
abrigue manifestações
como música e dança de origem africana, além da
culinária.
Tal evento deve acontecer em praça pública, de fácil
acesso à população, contar com
ampla divulgação, e promover palestras que auxiliem na
inserção social e na
conscientização sobre todas as formas de preconceito.
Objetivo:
Promover e valorizar
a origem, as belezas artesanais e melódicas da
cultura afro-descendente, com vistas a manter vivas todas
as suas tradições, bem
como promover a inserção socioeconômica do artista
afro-aculturado e os costumes
daí oriundos que permeiam a vida do araçatubense.
-
Consciência e Reflexão - Dia 20/11 - Dia Nacional da Consciência Negra
Dia dedicado ao reconhecimento e à valorização da
importância da cultura africana na
formação da identidade araçatubense, em meio às
comemorações do dia de Zumbi
dos Palmares.
A exemplo do dia 13 de maio, os aspectos culturais devem
ser valorizados, como
forma de agradecer a participação do negro na formação da
sociedade araçatubense.
O mesmo tipo de programação pode e deverá ser
desenvolvido nesta data, com
apresentações da cultura afro-brasileira.
Objetivo:
Promover a reflexão
sobre o papel do negro na formação
sociocultural do araçatubense, enfatizando sua
participação através de toda forma de
manifestação, especialmente aquelas que nem sempre são
identificadas como sendo
de origem africana devolvendo-lhes o direito de
reconhecidos construtores da
realidade brasileira. Paralelamente, garantir a reflexão
sobre a inserção social dos
menos favorecidos. Desta forma, como política pública de
Cultura, estimula-se a
participação do cidadão comum que ainda esteja afastado
de tais reflexões,
promovendo a plena cidadania do afrodescendente e a
conscientização do cidadão
comum.
- Show da
DiverCidade
A idéia de permutar espetáculos com as cidades da região,
a cada mês em um
município diferente, deve ser incentivada e implementada
com mais afinco. Capitanear
tal projeto, oferecendo o maior número possível de
espetáculos e artistas deve ser
função da Secretaria Municipal da Cultura de Araçatuba.
Objetivo:
Promover a integração
cultural da região, permutando espetáculos e
apresentações de artistas da cidade. Como política
pública de Cultura, este projeto
permite o intercâmbio cultural e turístico e a ampla
divulgação da cidade.
-
Culturaça (Cultura na Praça)
O projeto, criado originalmente na década de 1980, visa
integrar várias ações sociais,
culturais e esportivas e de saúde. Assim, durante todo um
domingo, de cada mês,
numa praça da cidade, a população pode ter contato com a
arte produzida no
município e beneficiar-se de serviços diversos, além de
usufruir de horas de lazer.
Objetivo:
Unir ações de
cidadania e divulgação da cultura, de forma a integrar o
cidadão ao bairro em que vive e, em sentido mais amplo, à
cidade, fortalecendo
tradições folclóricas, divulgando o trabalho de artistas
locais e fornecendo atendimento
em áreas diversas, como a da saúde. Como política
pública, extrapola o aspecto
cultural e intensifica o aspecto social, promovendo a
cidadania plena.
- Leve
Araçatuba para Casa
A Secretaria Municipal da Cultura deve promover concurso
anual para a produção de
slogans, designs de souvenires, chaveiros, utensílios,
camisetas, bonés e outros
acessórios que divulguem Araçatuba. A produção dos itens
vencedores será de
responsabilidade da Prefeitura Municipal, que passará a
utilizá-los em ocasiões oficiais
para presentear hóspedes do município. A comercialização
de tais itens também será
disciplinada pela Prefeitura Municipal de Araçatuba. Os
artistas vencedores receberão
direitos autorais como regulamentado em lei.
Objetivo:
Esta política pública
visa promover a identificação da população com
sua cidade, estimulando a cidadania através da Arte e da
Cultura em geral,
oferecendo uma nova dinâmica às imagens ligadas ao município,
imprimindo a ideia
de constante renovação e desenvolvimento, colaborando
para a divulgação positiva de
Araçatuba.
- Virada
Cultural Paulista
Nos últimos anos, Araçatuba vem se destacando dentro da
Virada Cultura Paulista,
sempre reunindo expressivo número de espectadores nas
mais diversas atividades
desenvolvidas na cidade. Tal fato deve servir de estímulo
para que o município busque
implementar a parceria com a Secretaria de Estado da
Cultura, visando ampliar não
apenas o número de atividades desenvolvidas durante o
evento, mas também a
qualidade e o nível de participação de artistas locais.
Objetivo:
Manter o convênio com
a Secretaria de Estado da Cultura, de forma a
propiciar 24 horas de bom entretenimento à população, ao
mesmo tempo em que se
busca a inserção de mais artistas locais na grade de
espetáculos a serem
apresentados não apenas no município, mas também na
região e outras localidades
do Estado. Tem-se como meta desta política pública o
estreitamento das relações com
o governo do Estado, independente de partidarismos,
visando beneficiar a população
como um todo, oferecendo-lhe condições de manter contato
mais direto com as
diversas manifestações artísticas e, dessa forma,
promovendo sua inserção cultural e
a valorização do artista local que possa participar de
tal evento.
-
Regionalização da Arte
Assumir seu papel de sede político-administrativa da
região é essencial para a
retomada do desenvolvimento sociocultural de Araçatuba. A
exemplo do projeto Show
da DiverCidade, o intercâmbio com escritores de
localidades próximas mostra-se
importante para difundir a produção local, ao mesmo tempo
em que permite a troca de
experiências e incentiva a inserção cultural. O mesmo se
aplica às demais
manifestações artísticas. Como política pública de
Cultura, a regionalização representa
não apenas a inserção do município no contexto regional e
estadual, mas a ampliação
da difusão da produção cultural araçatubense, a formação
de novo público para os
artistas locais e o incremento de atividades que tendem a
se transformar em chamariz
turístico para a cidade.
Objetivo:
Política pública que
visa a inserção regional dos artistas locais,
ampliando o mercado para a produção literária e artística
local, favorecendo inclusive
a geração de renda e a cidadania plena.
- Casa do
Hip-Hop
Com adeptos do Hip-Hop, a cidade carece de local adequado
para esta manifestação
cultural, que abrange diversos formatos (da música à
dança e ao grafite).
Como política pública, a Casa do Hip-Hop visa oferecer
espaço adequado àqueles que
produzem dentro das características desse movimento, de
forma a abrigar e estimular
a diversidade cultural no município.
Objetivo:
Promover a
diversidade cultural e proporcionar condições de inserção
sociocultural dos adeptos desse movimento.
- É Tempo
de Natal
Aos poucos, Araçatuba perdeu algumas características que
marcavam o mês de
dezembro, como a iluminação pública típica de Natal e
outras atividades.
Hoje, apenas iniciativas particulares e de algumas
empresas emprestam decoração
natalina à cidade.
Esta política pública visa enriquecer a vida cultural do
município na principal época
comercial do ano e composta por várias atividades. São
elas:
-
Vozes de Natal: apresentação
dos diversos corais existentes na cidade ao longo do
mês de dezembro, atingindo públicos variados, com
apresentações no Calçadão,
coreto da Praça Ruy Barbosa, palco do Teatro Aberto Tom
Jobim (Praça João
Pessoa), centros comunitários, praças de bairros, estação
rodoviária, instituições
como asilos e creches, APAE, hospitais Benedita Fernandes
e Ritinha Prates),
templos de várias religiões.
- Presépio vivo: “auto natalino” formado por grupos de
teatro da cidade, a ser
encenado em pontos variados do município, seguindo o
mesmo cronograma do Vozes
de
Natal.
- Passeando com o Natal ou Cantando o Natal: Através de convênio com a
concessionária do transporte urbano na cidade e, se
possível, com os ônibus que
fazem ligação entre Birigui e Araçatuba, é possível
selecionar músicos da cidade (ou
até mesmo das duas cidades) para que se apresentem em
carros de linhas
permanentes, de forma a levar músicas natalinas aos
usuários, durante o mês de
dezembro, a exemplo do que ocorre em outras cidades do
Estado. Seguindo o modelo
de Ribeirão Preto, tais apresentações podem acontecer na
semana que antecede o
natal, em horários a serem estabelecidos em conjunto com
as concessionárias dos
serviços de transporte.
- Imagens do Natal: Deve ser criado um concurso, com premiação,
para estimular a
decoração natalina de residências e casas comerciais, com
o objetivo de embelezar a
cidade e criar atrativo extra para o público consumidor
que freqüenta Araçatuba nessa
época.
- Concurso de Presépios: Deve ser criado o concurso de
presépios, com o intuito de
estimular a confecção de presépios originais e expô-los
em local adequado, aberto à
visitação pública. Premiar os três melhores presépios.
- O
Quebra-Nozes: Devem
ser realizadas pelo menos três apresentações do
espetáculo de dança temático O Quebra-Nozes pela Escola
Municipal de Bailados,
Objetivo:
Esta política pública
de Cultura tem como objetivo criar um novo
marco turístico-cultural para o município, resgatando a
tradição das luzes e
decorações natalinas não apenas nas casas e
estabelecimentos comerciais, mas na
cidade como um todo. Para isso, a parceria com outras
Secretarias deve gerar o
aproveitamento de materiais recicláveis para a confecção
de enfeites diversos,
possibilitando a variedade na decoração pública atraindo
não apenas consumidores do
comércio local, mas um novo tipo de visitante. Dessa
forma, deve-se preparar os
artesãos locais e alunos da rede municipal de Ensino para
confeccionar os enfeites,
oferecendo-lhes novas oportunidades de obtenção de renda.
7.4
Incremento das ações de formação
Como já frisado em itens anteriores, este PMC propõe uma
alteração profunda no
modo de apresentar, promover e fazer Cultura em
Araçatuba.
A alteração na ordem de prioridades na gestão cultural
pelo Poder Público é a mais
significativa, uma vez que o que aqui se propõe é que o
Poder Público passe a ser
responsável pelo incremento de ações de formação, fomento
e difusão e não apenas
um ofertante de espaços para espetáculos que se esgotam
em si mesmos.
Desta forma, aponta-se as seguintes estratégias:
1) Criação de centros culturais
A descentralização de oficinas e cursos servirá para
ampliar o atendimento à
população, especialmente a mais carente, possibilitando,
entre outros benefícios, a
geração de emprego e renda;
2) Criação de escolas e ateliês de arte
A criação de escolas de música, nos moldes da Escola
Municipal de Bailados
(como fixado neste PMC), e de pelo menos um Ateliê
Municipal de Belas Artes são
partes essenciais para a difusão do saber cultural,
possibilitando a formação de novas
gerações de artistas e promovendo a inserção social de
crianças e adultos;
3) Construção do Teatro Municipal
A construção de um moderno teatro municipal, com
capacidade entre 300 e
600 lugares e todo o equipamento necessário de som, luz,
cenografia e demais
exigências técnicas, é imprescindível para o
desenvolvimento cultural do município e
especialmente para incentivar a formação de novos atores,
cenógrafos, iluminadores e
outros técnicos que atuem no ramo teatral;
4) Construção de um Centro Cultural Multiuso
Também é necessária a construção de um centro cultural
capaz de abrigar
atividades diversas, desde exposições coletivas de arte,
até feiras e convenções. Tal
centro também poderá abalizar a formação de novos
técnicos em turismo,
turismólogos e funções afins, para atender a demanda
oriunda do agronegócio, que
continua em franca expansão na cidade;
5) Fortalecimento das relações com a iniciativa privada
para a restauração e
revitalização dos bens tombados como patrimônio histórico
e cultural do município, em
especial da Vila Ferroviária, com suas áreas e casas
destinadas ao abrigo de oficinas
culturais, museus e outras iniciativas de fortalecimento
da economia da Cultura na
cidade, sempre em consonância com o que for determinado
pelo Conselho Municipal
de Políticas Culturais – CMPCA e Secretaria Municipal, de
acordo com a lei da Política
de Preservação e Tombamento dos Bens Culturais Materiais
e Imateriais;
6) Além de toda e qualquer ação que resulte no
aprimoramento das ações de
formação, fomento e difusão.
8.
Valorização da Economia da Cultura
Os Fóruns internacionais de economia já reconhecem o
impacto produtivo da Cultura
na economia de todos os países.
No Brasil, caracterizado pela riqueza de suas expressões
culturais, no entanto, tal
constatação ainda é uma distante realidade. É preciso,
portanto, que o Poder Público
promova a ampla compreensão de que a Cultura não tem
apenas vasto impacto
social, como tem uma nova e densa dimensão econômica que
precisa ser explorada
meticulosamente.
Números do Banco Mundial apontam que a chamada “economia
da Cultura” responde,
na atualidade, por 7% do PIB global – cifra expressiva
demais para ser ignorada no
plano municipal.
Como apontado por vários outros organismos econômicos
mundiais, as atividades
culturais compõem um dos setores mais dinâmicos da
economia mundial, gerando
emprega, renda e contribuindo significativamente para
formação do capital humano
das sociedades.
Ainda tomando-se por base as análises do Banco Mundial, é
possível dizer que a
Cultura, em diversos países, é o setor que mais cresce,
mais emprega e melhor paga,
superando setores mais tradicionais da economia,
especialmente em tempos de
recuperação da grave crise financeira desencadeada em
2008.
Para os economistas, por estar baseada na criação e
propriedade intelectual, a
Cultura gera bens e serviços que estão na base e no
centro da chamada “economia do
conhecimento” – um dos segmentos econômicos de maior diversidade
e dinamismo da
economia mundial.
Lembram, tais especialistas, que a fase atual da economia
mundial está focada nas
disputas competitivas que têm como alvo “os ativos
intangíveis, baseados em
criatividade, idéias, conceitos e valores e geradores de
direitos de propriedade
intelectual (marcas, patentes, direitos autorais)”.
O Brasil, no entanto, ainda caminha muito lentamente,
quando o tema é a Economia
da Cultura. Em termos do município de Araçatuba é
possível afirmar que nem mesmo
engatinhamos nesse novo caminho.
Para boa parte da população, Cultura é apenas sinônimo de
bem-estar, diversão e,
quando muito, identidade.
O entendimento de que a Cultura tem um vasto potencial de
produção e distribuição
de riqueza sustentável, com geração de emprego e distribuição
de renda, ainda é
incipiente para a esmagadora maioria da população e
também para os agentes
políticos.
Para uma pequena parcela, ela também representa a
capacitação do capital humano,
ou seja, a formação do cidadão de forma integral.
Raros são aqueles que compreendem a Cultura como força
dinâmica que molda o
povo, e ao mesmo tempo em que provê sustento, gera
emprego e renda, sendo por
isso contribuinte decisivo para o desenvolvimento social.
9.
Programa Estratégico de Proteção e Promoção do Patrimônio Cultural
Material
e Imaterial
O desenvolvimento de um programa de proteção e promoção
do patrimônio cultural
baseia-se na necessidade de planejamento de ações
públicas de curto, médio e longo
prazo, em relação aos Bens Culturais Materiais e
Imateriais de Araçatuba.
Para que isso se consume, o Conselho Municipal de
Políticas Culturais de Araçatuba
debruçou-se sobre a questão e produziu o anteprojeto da
lei que define a Política
Municipal de Preservação e Tombamento dos Bens Culturais
Materiais e Imateriais,
onde são definidas as regras para a preservação do
patrimônio cultural do município,
em suas mais variadas formas de manifestação, da
arquitetura à culinária, da música
às artes visuais.
Transformado em Lei, passa a compor o Sistema Municipal
de Cultura, de maneira
complementar, e torna possível fixar duas linhas de ação:
9.1 Por
que e como preservar o patrimônio cultural
Araçatuba vem perdendo, sistematicamente, seus mais
importantes marcos históricos.
Ao longo dos anos, prédios e outras referências materiais
da história do município
foram demolidos ou simplesmente desapareceram por conta
do descaso para com sua
manutenção.
Em termos imateriais, muitos personagens, que poderiam
ter tido suas memórias
registradas, a bem da preservação da identidade
histórico-cultural do município, se
foram sem que seu conhecimento fosse devidamente
registrado.
Para corrigir tais erros, na medida do possível, e
impedir que eles se repitam nos
próximos anos, a lei de Política de Preservação e Tombamento
dos Bens Culturais fixa
regras, conceitos e metodologia que devem ser
incorporados ao presente PMC, como
política pública de cultura e preservação.
Tomando emprestada a definição utilizada no Plano
Municipal de Cultura de Ribeirão
Preto, temos que “os bens culturais compreendem todo
testemunho produzido pela
sociedade e o seu meio, valorizado em si mesmo, sem
limitações derivadas de
propriedade, uso, antiguidade ou valor econômico. O valor
cultural de um bem
consiste na sua característica de ser portador de
referência ao ser, ao fazer de cada
grupo, sendo capaz de estimular a memória das pessoas
historicamente vinculadas à
comunidade, contribuindo para fortalecer laços
identitários e para melhorar sua
qualidade de vida”.
Dessa forma e a exemplo do que é fixado na lei de
Política de Preservação e
Tombamento dos Bens Culturais, podemos definir:
- Bens Culturais de natureza material: são divididos em dois grupos
básicos.
a) Os bens móveis, caracterizados pela produção
pictórica, escultórica,
material ritual, mobiliário e objetos utilitários.
b) Os bens imóveis, grupo que não se limita às
edificações isoladamente, mas
compreende, também, o entorno, garantindo a visibilidade
e fruição. Nesse grupo
podemos incluir os núcleos históricos e os conjuntos
urbanos e paisagísticos.
- Bens Culturais de natureza imaterial: compreendem toda a produção cultural
de um
povo, desde a expressão musical até a memória oral,
passando por elementos
caracterizadores da civilização. Caracteriza-se pelo
conjunto de saberes e fazeres das
sociedades.
A própria Constituição Federal de 88 se encarrega de
estabelecer: Art. 216.
Constituem
patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados
individualmente ou conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I – as
formas de expressão;
II –
os modos de criar, fazer e viver;
III –
as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV –
as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados
à manifestações artístico-culturais;
V – os
conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
De sorte que é dever do Poder Público zelar pelo
tombamento e preservação da
memória cultural do município, seja ela material ou
imaterial.
A riqueza de um povo não se mede apenas pelos valores
monetários que é capaz de
produzir. Mas especialmente pela riqueza de sua cultura,
pela identidade própria e
pelas manifestações que o caracterizam.
É possível afirmar, com total segurança, que a
preservação da memória cultural é fator
fundamental para a melhoria da qualidade de vida de
qualquer cidadão, por contribuir
decisivamente para a afirmação de sua identidade, seu
aprimoramento intelectual e
especialmente para sua inclusão na sociedade onde vive,
deixando de ser mero
habitante de uma localidade para transformar-se em
cidadão ativo, capaz de produzir
e agir diretamente em favor do desenvolvimento da
comunidade em que vive.
Isto posto e de acordo com o estabelecido na Lei de
Política de Preservação e
Tombamento de Bens Culturais, temos que é dever do Poder
Público, como política
pública de Cultura:
I -
preservar a memória histórica, arquitetônica, arqueológica e cultural;
II -
recuperar próprios municipais já tombados pelo Município e garantir
a
preservação daqueles que vierem a ser tombados;
III -
elaborar diretrizes para a preservação dos bens tombados e do seu
entorno,
bem como das áreas do território a classificadas como Zonas
Especiais
de Preservação Cultural - ZEPEC;
IV -
identificar outros bens de importância histórica, arquitetônica,
arqueológica
e cultural que não estejam incluídos nas Zonas Especiais
de
Preservação Cultural - ZEPEC;
V -
prevenir a degradação dos bens tombados e das ruínas
identificadas;
VI -
firmar convênios, acordos e parcerias com o governo do Estado de
São
Paulo e com a União em relação aos imóveis ou áreas tombadas
ou
preservadas por estes entes da Federação no âmbito do Município
de
Araçatuba;
VII -
incentivar a participação de pessoas físicas ou jurídicas no
patrocínio
de obras de recuperação ou restauro de bens tombados ou
incluídos
nas Zonas Especiais de Preservação Cultural - ZEPEC,
especialmente
pela utilização da transferência de potencial construtivo
e da
concessão de incentivos fiscais.
Para garantir a efetiva implantação desta política
pública, é preciso: combinar ações
baseadas no tripé conhecimento / educação / legislação.
Assim, temos os seguintes passos:
a) conhecimento do conjunto de bens, por meio de
inventários, pesquisas, cadastros,
registros áudios-visuais, etc.;
b) utilização dos meios de comunicação e do ensino formal
e informal para a educação
e informação das comunidades, para desenvolver o
sentimento de valorização dos
bens culturais e a reflexão sobre as dificuldades de sua
preservação;
c) legislação: órgãos e leis foram criados para assegurar
a existência e a permanência
do Patrimônio Cultural.
Neste quadro geral, a aprovação da nova lei de Política
Pública de Preservação e
Tombamento dos Bens Culturais Materiais e Imateriais
configura complemento
essencial deste PMC e deve ser consolidada pelo trabalho
de levantamento detalhado,
realização de completo inventário dos bens culturais
materiais e imateriais do
município, em especial aqueles de interesse para
tombamento e preservação
imediatos.
9.2
Sistema Municipal de Museus
A partir da nova legislação federal, que define melhor a
criação, montagem e
funcionamento de museus, é necessário que seja
desenvolvido intenso trabalho de
adequação de tais instituições no município de Araçatuba.
O Museu Histórico e Pedagógico “Marechal Cândido Rondon”
carece de atenção
especial, para a definição plena de sua finalidade – não
só a Museologia propriamente
dita, mas especialmente a didática.
A criação do Museu dos Ferroviários viabiliza, ainda que
parcialmente, esta definição,
passando a abrigar os itens históricos relativos àqueles
que aqui se estabeleceram
junto com os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do
Brasil.
O Museu de Arte Infanto-Juvenil, primeiro do Estado em
sua categoria, carece de
reorganização e implementação para a conservação de seu
acervo.
Todos eles necessitam de cuidados especiais, como a
criação de espaços adequados
para abrigar as suas reservas técnicas.
Como política pública de Cultura, essas unidades devem
ser interligadas,
desenvolvendo atividades complementares, de modo a
constituir o Sistema Municipal
de Museus, com técnicos especializados e gestão
compartilhada com a sociedade
civil, como caminho viável para a efetivação do
envolvimento da comunidade com os
museus, não apenas como lugares onde se guardam coisas
antigas, mas como
receptáculos da identidade de cada um dos araçatubenses.
As gestões nesta direção passam por capacitação dos
profissionais que atuam, e/ou
atuarão, nos museus e a interligação dos museus públicos
com as unidades
particulares existentes no município, como o Museu da
Imagem e do Som existente no
espaço da UNA, e o museu com artefatos indígenas de
iniciativa particular.
Também deve se buscar a inserção das unidades no Sistema
Estadual de Museus,
buscando as adequações técnicas exigidas e implementando
todas as atividades
possíveis de divulgação e melhoria dos acervos
existentes.
Para tanto, devem ser implementadas as seguintes
políticas:
a) Adequação das unidades para inserção no Cadastro
Estadual e no Cadastro
Nacional de Museus;
b) Diagnóstico dos museus cadastrados por meio de visitas
técnicas, levantamento de
tipologias de acervos, aplicação de questionários para
atualização e verificação dos
dados inseridos no Cadastro e também para elaboração e
apresentação de orientação
técnica aos museus cadastrados;
c) Capacitação a profissionais de museus por meio de
oficinas e seminários;
d) Incentivo à formação de profissionais para a área de
museus por meio do fomento à
criação de cursos de graduação em Museologia e de cursos
para técnicos de museus
do Estado;
e) Celebração de convênio para assessoria técnica do
Estado e da União.
9.3
Arquivo Público Municipal
Muito da história de Araçatuba reside nos arquivos
oficiais do município.
Mas muito também já se perdeu, ao longo dos mais de cem
anos de existência de
Araçatuba.
O resgate e organização dos documentos oficiais, dentro
do sistema de arquivo
público, é essencial para a preservação da memória
político-administrativa do
município.
Assim, é premente a criação do Arquivo Municipal,
respeitada a regra básica da
Arquivologia que é o respeito à origem do documento e
integração ao seu conjunto de
origem. Isoladamente, é raro que um documento tenha um
valor histórico relevante.
No conjunto de sua época, ganha este um caráter de
excepcional importância, ao
compor o mosaico da história do município.
Para que não se percam mais pedaços da história da
cidade, a criação do Arquivo
Municipal deve seguir as seguintes regras:
a) Produção, recepção e encaminhamento do documento
corrente, através dos
instrumentos próprios;
b) Reorganizar o organograma da Secretaria Municipal da
Cultura, tornando o Arquivo
uma Divisão, permitindo a contratação imediata de um
arquivista, capaz de gestar o
sistema público de documentos. Num primeiro momento, essa
divisão contemplará
uma Seção de Arquivo Histórico.
c) Planejar a ocorrência de concurso público para os
cargos de arquivista, historiador e
conservador, para 2013.
10.
Sistema Municipal de Informações Culturais
Araçatuba carece de organização das informações culturais
disponíveis, seja sobre os
equipamentos públicos e seu estado de uso e conservação;
seja sobre seus artistas e
empreendedores culturais; seja sobre agentes promotores e
patrocinadores de
Cultura.
Assim, é necessário criar-se o Sistema Municipal de
Informações Culturais, a ser
dividido nas seguintes categorias:
a) Equipamentos Culturais – subdividido em duas esferas: os
equipamentos públicos e
os equipamentos pertencentes à iniciativa privada. Este
cadastro deve conter todos os
dados físicos e técnicos dos equipamentos, como
dimensões, capacidade de público,
uso a que aplica, etc.
b) Cadastro Municipal de Entidades de
Natureza Cultural (CEC) –
deve conter todos
os dados de agentes culturais, de natureza jurídica, e
suas áreas de atuação
c) Cadastro Municipal de Artistas (CMA) – deve conter todos os dados dos
artistas em
atividade no município, especificando, em suas
subdivisões, as respectivas áreas de
atuação. Assim, um mesmo artista pode figurar no segmento
das Artes Visuais e
também na Literatura. Em caso de o artista atuar em mais
de um segmento, deverá
apontar aquele em que atua preferencialmente, passando
tal área a figurar como sua
atividade artística principal.
O levantamento necessário para a elaboração de tais
cadastros desenhará, com a
amplitude necessária, o quadro das atividades culturais
no município, baseando-se
nas ações propostas neste PMC e auxiliando no
desenvolvimento de ações futuras, de
forma a dotar o município de Araçatuba da infraestrutura
necessária para atingir um
novo patamar em sua noção de identidade e grau de
desenvolvimento.
11.
Evolução e cidadania
O presente Plano Municipal de Cultura não tem a pretensão
de impor regras imutáveis
para a evolução da política pública de Cultura no
município de Araçatuba.
Desenha, este PMC, os caminhos essenciais ao atendimento
das demandas do
município num momento específico de sua história (os dias
atuais) e tenta encaminhar
as iniciativas para que, no futuro, tais demandas, por
atendidas que estejam, se diluam
e, quiçá, tornem-se conhecimento e ações adquiridas e
inerentes, deixando espaço
para as novas necessidades que se apresentarão.
Para que assim seja, a revisão periódica daquilo que aqui
é fixado se faz necessária e
o próprio Sistema Municipal de Cultura oferece o meio
legal para que isso seja feito,
que é a Conferência Municipal de Cultura.
Projetando ações para os próximos dez anos, este PMC deve
ser analisado, revisto a
cada cinco anos e, se necessário for, modificado depois
de sua implantação, como
forma de corrigir rumos e adequá-lo às necessidades de
então. O seu cumprimento
deve ser fiscalizado pela sociedade civil e, para isso, a
prestação de contas bianual
deve ser feita pelo Poder Executivo, através da
Secretaria Municipal da Cultura,
durante a Conferência Municipal de Cultura.
Assim, dentro de dois anos, teremos a primeira avaliação.
E a cada dois anos, tal
avaliação deverá ser repetida. Em cinco anos, teremos a
primeira análise profunda,
promovendo revisão e possíveis alterações.
E, em dez anos, a avaliação final, com a checagem do
cumprimento das metas aqui
estabelecidas.
Desta forma procura-se inserir a cultura araçatubense no
século XXI, preservando seu
passado, resgatando a história ainda por descortinar em
sua totalidade e
patrocinando, através das ações de formação, fomento e
difusão, a inserção de todos
aqueles que vivem no contexto que o mundo moderno fixou,
que é o de que Cultura
(seus fazeres, saberes e sentimentos) é a base da vida do
ser humano.
Somente a Cultura, hoje, é capaz de promover a plena
cidadania e, através dela, fazer
alcançar o verdadeiro desenvolvimento de nossa cidade.
Somente a Cultura, com políticas públicas bem definidas e
viabilizadas, permeando as
ações de todas as outras secretarias do Poder Executivo,
promove a plena
participação daqueles que aqui vivem, não apenas como
habitantes de um local
marcado no mapa, mas sim como cidadãos, moradores de um
município com
identidade própria, capazes de assegurar para as gerações vindouras uma herança
identidade própria, capazes de assegurar para as gerações vindouras uma herança
rica e inesgotável que só a sabedoria trazida pelo tempo
pode construir. Porque a
cultura constrói os governos, e aos governantes cabe
saber admirar e fazer prevalecer
a identidade
de cada cidadão.
1 Jornalista, escritora, doutoranda em Educação, vice-presidente cultural da Associação dos Jovens Artistas, membro
da Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto e coordenadora cultural do Centro de Referência Histórica do Interior
Paulista, dirigido pelo Iperp - Instituto de Pesquisa e Estudo de Ribeirão Preto, e secretaria municipal da Cultura de
Ribeirão Preto.
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